sexta-feira, fevereiro 25, 2011

Testes em ratos mostrou que desporto moderado os mantinha jovens

2011-02-23

Uma equipa de investigadores canadianos, da Universidade de McMaster (Ontário), após submeter vários ratos a uma actividade física moderada, verificou que os animais se mantinham surpreendentemente jovens, enquanto os órgãos dos companheiros mais sedentários iam atrofiando.

O exercício físico faz bem à saúde e não é novidade, mas a investigação vem agora reforçar a tese e asseguram que evita o aparecimento de doenças, despeja a mente e aumenta a esperança de vida. O estudo foi publicado na revista Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), onde os autores asseguram que os resultados podem ser aplicados em seres humanos.
Para além destes benefícios, praticar desporto, com moderação, pode tirar uns anos de cima, mantem-nos jovens e é mais eficaz do que outro tratamento. Os ratos geneticamente modificados para que tenham um envelhecimento prematuro, apesar de submetidos à alteração, depois serem moderadamente exercitados, mantiveram-se surpreendentemente jovens.

Mark Tarnopolsky e colegas analisaram ratos portadores, por defeito, de um gene envolvido na reparação de mitocôndrias e encarregue de fornecer energia às células – induzindo-os ao envelhecimento prematuro. Quando os animais atingiram os três anos (aproximadamente o equivalente aos 20 anos nos humanos) foram obrigados a realizar exercício físico numa roda, durante 45 minutos, várias vezes por semana, enquanto outro grupo de ratos passava esse tempo na recreação.

Cinco meses depois (equivalente aos 60 anos nos seres humanos), os resultados mostraram, segundo os cientistas, que os ratos pareciam selvagens, eram saudáveis, activos e continuavam mais jovens do que o grupo ao qual pertenciam os sedentários – que apenas se mexiam, já tinham perdido grande parte do pêlo e eram menos férteis.

Os investigadores examinaram cada tecido e órgão dos animais activos, que se revelaram mais saudáveis, tanto o cabelo, como a pele ou o funcionamento dos ovários, testículos, rins, fígado, etc. e com excelente estrutura muscular. Os restantes sofreram transformações – o cérebro encolheu e o coração aumentou.

As mitocôndrias dos ratos que se exercitavam eram igualmente jovens e saudáveis e envelhecidas no outro grupo. A equipa avança que os resultados são aplicáveis em seres humanos e que este é uma forma de tratamento eficaz contra o envelhecimento e que mantem as pessoas saudáveis e livres de doenças.
Notícia de Ciência Hoje

Infância explica capacidade dos adultos resolverem conflitos

Relacionamento com os pais é determinante para lidar com emoções negativas
2011-02-23
A capacidade de os casais resolverem os seus conflitos pode estar ligada ao tipo de relacionamento que cada uma das partes teve com os pais durante a infância, revela um estudo realizado por psicólogos da Universidade de Minnesota, nos EUA.

De acordo com o artigo publicado na revista "Psychological Science", quanto melhor o relacionamento com o pai e a mãe durante a infância, mais as pessoas conseguem superar discussões na idade adulta.

Uma equipa de investigadores acompanhou um grupo de crianças de 12 a 18 meses nascidas nos anos 70. Duas décadas depois, avaliaram a forma como estes indivíduos resolviam os conflitos nos seus relacionamentos e verificaram quais os assuntos que para eles eram mais sensíveis.
Constataram então que aqueles que tiveram boas relações com os pais durante a infância se mostraram melhores na resolução de conflitos na fase adulta, visto que os progenitores ajudam a regular as emoções negativas das crianças. Desta forma elas crescem mais capazes de regular as suas próprias emoções após um desentendimento ou uma discussão.

De acordo com os psicólogos, mesmo aqueles que tiveram uma infância insegura podem aprender a resolver conflitos com um parceiro emocionalmente mais equilibrado. Jessica Salvatore, uma das autoras do estudo, sublinhou que "se uma pessoa puder guiar o processo de superação de um conflito, torna-se capaz de ajudar o companheiro e o melhorar o relacionamento".
Notícia de Ciência Hoje

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Workshop

Arqueologia em construção

Apresentação dos doutoramentos em Arqueologia
UNIARQ (Universidade de Lisboa - Universidade do Algarve)
2 de Março 2011 – Anfiteatro 3

10.00h – Sessão de Abertura - Prof. Victor S. Gonçalves.
10.30 João Cascalheira A influência mediterrânica nas redes sociais do Solutrense final peninsular.
10.45 João Marreiros Veni, vedi, vici. A adaptação, estilo e identidade do Homem moderno no Sul da Península Ibérica: o Gravettense.
11.00 Célia Gonçalves Modelos preditivos de ocupação do território no Mesolítico entre os Vales do Tejo e Sado.
11.15 Leandro Infantini da Rosa A evolução da linha de costa algarvia sob uma perspectiva arqueológica.
11.30 Rita Juliana Poloni Expedições arqueológicas nos territórios do Ultramar: uma visão da Ciência e da Sociedade portuguesa do Período colonial.
11.45 Cláudia Costa Tafonomia em contextos pré-históricos: metodologia ou metodologias de abordagem.
12.00 Ângela Ferreira O Neolítico antigo no final do estuário do Tejo. Análise tecnológica e funcional das indústrias líticas do Palácio dos Lumiares e Encosta de Sant'Ana (Lisboa)
12.15 Manuela Coelho Os moluscos no Neolítico final/Calcolítico do Sul do actual território português - contextos habitacionais e funerários.
12.30 Andrea Martins Os abrigos com arte esquemática pintada no centro de Portugal.

12.45 - 14.30 Intervalo para almoço

14.30 Elsa Luís A transição Calcolítico / Idade do Bronze em Trás-os-Montes Oriental: uma revisão dos dados disponíveis.
14.45 Carlos Filipe Oliveira A Idade do Bronze no Algarve. Espaços da vida e da morte das comunidades do II milénio.
15.00 Jorge Vilhena Ferro e fogo. Metal, metalurgia e sociedade no final da Pré-história do sudoeste.
15.15 Elisa Sousa A ocupação pré-romana no estuário do Tejo.
15.30 Pedro Albuquerque Alguns pontos de interrogação sobre identidade(s) e território(s) em Tartessos: aspectos metodológicos.
15.45 Teresa Rita Pereira O papel do exército no processo de romanização: Cabeça de Vaiamonte, Monforte, um estudo de caso.
16.00 Vincenzo Soria A cerâmica campaniense em Portugal: a Alcáçova de Santarém.
16.15 Patrícia Bargão A ocupação humana do Castro de Segóvia.
16.30 Carlos Pereira As necrópoles romanas do Algarve.
16.45 João Almeida Espaços funerários romanos em Tróia, Setúbal.

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Estudo sugere que ossos regulam fertilidade masculina

Proteína da matriz óssea incrementa produção de testosterona
2011-02-21

O esqueleto pode controlar a reprodução humana, actuando como um regulador da fertilidade masculina. Quem o afirma é Gerard Karsenty, da Universidade Columbia, em Nova Iorque, que encontrou recentemente uma ligação entre uma proteína desenvolvida nos ossos e a produção de hormonas masculinas.


De acordo com os resultados de um estudo publicado na revista "Cell", a osteocalcina - uma proteína sintetizada por osteoblastos, células da matriz óssea - induz o desenvolvimento de mais testosterona nos machos, mas não influencia a produção de estrogénio nas fêmeas.

Os investigadores americanos misturaram osteoblastos na criação de outras células retiradas dos testículos e dos ovários de roedores e verificaram que, nos ratos machos, a produção de testosterona triplicou, enquanto nas fêmeas, não houve mudanças.
Noutra experiência, foram injectadas osteocalcinas nos testículos dos ratos e o efeito foi identico ao anterior, visto que quanto mais osteocalcina recebiam, mais testosterona produziam. Por outro lado, quando a quantidade de osteocalcina foi diminuída noutras cobaias, estas produziram menos esperma.

O estudo permitiu assim constatar que esta “sobredosagem” de testosterona no corpo do animal poderia alterar os seus níveis de fertilidade.

Embora os investigadores ainda não saibam explicar por que este efeito se verifica apenas nos machos, acreditam que a descoberta pode ajudar homens com baixas taxas de fertilidade. Neste sentido, já estão a fazer experiências para testar até que ponto a osteocalcina pode ser usada no tratamento da infertilidade para homens.
Notícia de Ciência Hoje

Importante manuscrito náutico quinhentista adquirido pela Biblioteca Nacional

Material é da autoria de João Baptista Lavanha
2011-02-22

Primeiras páginas de “Tábuas do lugar do Sol" e um "Regimento para o marcar da agulha" (Imagens: BNP | Clique para aumentar )
A Biblioteca Nacional adquiriu um manuscrito náutico do século XVI da autoria de João Baptista Lavanha, “uma das figuras centrais da ciência portuguesa e ibérica na transição do século XVI para o XVII”, afirmou a instituição.

O códice, produzido por volta de 1598, inclui as "Tábuas do lugar do Sol", um "Regimento para o marcar da agulha" e, ainda, importantes "Taboas da Largura do Leste ou de Oeste".

Segundo a instituição, todos estes materiais são de relevo e testemunham importantes desenvolvimentos científicos levados a cabo pelos portugueses,embora sejam, sobretudo, as últimas tabelas que conferem grande interesse histórico-científico ao documento.
A Biblioteca Nacional de Portugal possuía já um conjunto de tabelas atribuídas a Lavanha, vindo a descoberta deste novo manuscrito “confirmar a divulgação e o impacto destes novos procedimentos náuticos concebidos pelos cosmógrafos” portugueses.

Os trabalhos de João Baptista Lavanha (1550-1624) encontram-se hoje muito dispersos, por diversas bibliotecas do mundo e em coleccionadores particulares, circunstância que tem dificultado o estudo completo dos seus contributos científicos.
Notícia de Ciência Hoje

Radio-Past: II Fórum de Especialização

No âmbito do Projecto "Radiography of the Past", irá ocorrer entre 3 e 9 de Julho de 2011 o segundo fórum de especialização intitulado "Non-destructive approaches to complex archaeological sites: geophysical and geoarchaeological survey". O evento terá lugar em Ammaia (Marvão, Portalegre, Portugal).

A inscrição pode ser efectuada aqui.

segunda-feira, fevereiro 21, 2011

Mais de 18 por cento dos genomas contaminados com DNA humano

Regras de manuseio em laboratório "precisam ser mais rígidas"
2011-02-20

Mais de 18 por cento dos genomas que foram sequenciados até agora estão contaminados com DNA humano. A afirmação foi feita pela equipa da investigadora Rachel O'Neill, da Universidade de Connecticut (EUA), que já estudou 2.749 genomas, entre bactérias, vírus, plantas e animais.

A equipa descobriu que 492 das análises mostraram que todos partilhavam AluY, um DNA que os seres humanos possuem – possivelmente proveniente dos funcionários que trabalham em laboratórios.
Os genomas do vírus influenza foram os únicos que não apresentaram sinais de AluY, provavelmente por serem manipulados seguindo um protocolo mais rígido, por se tratar de uma doença infecciosa.

O'Neill diz que as regras de manuseio em laboratório "precisam ser mais rígidas", principalmente em estudos que envolvam a sequenciação genética de pessoas e a probabilidade destas desenvolverem uma doença grave.

O estudo indica que os resultados podem tornar-se muito pouco precisos se, por exemplo, uma determinada sequenciação mostrar que um paciente tem um alto risco de vir a desenvolver uma doença cancerígena quando, na verdade, isso não acontece.
Notícia de Ciência Hoje

Peixes do rio Hudson evoluíram e adaptaram-se à poluição

'Microgadus tomcod' é o primeiro vertebrado a criar mecanismos de resistência
2011-02-20

Ao longo de três décadas, entre 1947 e 1976, duas fábricas de uma multinacional fizeram descargas no rio Hudson, em Nova Iorque, poluindo-o com 600 toneladas de um dos poluentes mais tóxicos e cancerígenos que se conhecem, o bifenilpoliclorado (PCB).

Investigadores da Universidade de Nova Iorque (NYU) e do Instituto Oceanográfico Woods Hole (WHOI) estudaram recentemente o impacto desta poluição nos animais desse rio e foram surpreendidos quando constataram que um peixe local da família do bacalhau (Microgadus tomcod) adaptou-se de tal forma que, ao contrário de outros, que desapareceram, proliferou e é hoje encontrado em grandes populações.

Um estudo publicado na “Science” explica que o excesso de PCB induziu uma mutação que levou o peixe a evoluir e tornar-se resistente à grande quantidade de toxinas presentes na água.
Já se conheciam adaptações de insectos a insecticidas e de bactérias a antibióticos. Contudo, “esta é a primeira demonstração de um mecanismo de resistência numa população vertebrada”, afirmou Isaac Wirgin, um dos autores do estudo.

Esta “mudança evolucionária” provocou uma surpresa maior por ter acontecido num espaço de tempo muito curto, uma vez que a poluição do rio com esse composto químico começou há cem anos, e Isaac Wirgin não a vê como algo positivo, pois caso o rio seja limpo, o peixe vai precisar de se readaptar.

Além disso, frisaram os investigadores, esta adaptação terá impacto na cadeia alimentar. “O peixe sobreviveu, mas ainda acumula PCBs no seu corpo, pelo que passa a substância para qualquer outro que o coma”, disse Mark Hahn, do WHOI. Mesmo que não seja pescado, ao servir de alimento para peixes maiores consumidos por humanos, o poluente pode chegar à alimentação das pessoas.

Alteração genética

Os investigadores perceberam esta alteração genética através da análise do gene AHR2, um método comum para controlar a sensibilidade aos PCBs. Dois dos mais de mil aminoácidos normalmente encontrados nas proteínas desse gene aparentemente desapareceram nas espécies que vivem na região.

Segundo Diana Franks, uma bióloga que colaborou na investigação, esta descoberta é “um exemplo de como as actividades humanas podem provocar a evolução ao interferir com o meio ambiente”.
Notícia de Ciência Hoje

Galeria da Biodiversidade

Podem ver imagens sobre a nova exposição sobre evolução de Darwin na Universidade do Porto em :http://static.publico.clix.pt/docs/ambiente/galeriabiodiversidade/

Núcleo da Terra gira mais devagar do que se pensava

21.02.2011 - 10:12 Por PÚBLICO

Uma equipa de geofísicos descobriu que o núcleo da Terra gira muito mais devagar do que se pensava, afectando o nosso campo magnético, segundo um artigo publicado na revista “Nature Geoscience”.
Investigações anteriores mostraram que o núcleo da Terra girava mais depressa do que o resto do planeta. Agora, cientistas do Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, descobriram que as estimativas anteriores de 1 grau "de avanço" por ano (em relação ao resto do planeta) são imprecisas. Na verdade, dizem, o núcleo gira muito mais devagar - o avanço acumulado será de aproximadamente 1 grau a cada milhão de anos.

O núcleo interno cresce muito devagar ao longo do tempo, através da solidificação do fluído das camadas externas que se acumula à sua superfície. Durante este processo, uma diferença na velocidade nos hemisférios Este-Oeste do núcleo fica registada na sua estrutura . “Uma rotação mais rápida seria incompatível com a estrutura dos hemisférios que observámos no núcleo interno”, explicou Lauren Waszek, autor do estudo, em comunicado. “O nosso estudo é o primeiro em que os hemisférios e a rotação são compatíveis”, acrescentou.

Para obter estes resultados, os cientistas utilizaram ondas sísmicas que atravessaram o núcleo interno do planeta, 5200 quilómetros abaixo da superfície da Terra, e compararam-nas com o tempo de viagem das ondas reflectidas na superfície do núcleo.

Apesar de o núcleo interno do planeta estar a 5200 quilómetros abaixo dos nossos pés, o efeito da sua presença é especialmente importante à superfície. À medida que o núcleo interno cresce, o calor que liberta durante a solidificação conduz a convecção do fluído nas camadas externas do núcleo. Estes fluxos de calor dão origem aos campos magnéticos que protegem a superfície terrestre da radiação solar e sem os quais não haveria vida na Terra.

Lauren Waszek acredita que os resultados da sua investigação trazem uma perspectiva adicional para compreender a evolução do nosso campo magnético.

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

Próteses mais antigas pertencem aos egípcios

Testes comprovaram que dedos artificiais eram utilizados como aparelhos protéticos
2011-02-14

Dois dedos grandes dos pés artificiais, um deles encontrado junto de uma múmia egípcia, podem ter sido as mais antigas próteses humanas, de acordo com investigadores da Universidade de Manchester, que testaram duas réplicas em voluntários.

As próteses, uma de madeira e pele e outra composta por uma mistura de papel maché, gesso e resto de tecidos, têm 2600 anos, pelo que os egípcios podem ter sido pioneiros na utilização deste tipo de tecnologia para indivíduos amputados, de acordo com um estudo publicado na revista "Lancet".

Ambas as próteses, preservadas no Museu Egípcio do Cairo e no British Museum, em Londres, são 300 anos anteriores àquela que até agora era considerada a mais antiga - a perna romana de bronze que datava de 300 a.C. e da qual só resta uma réplica de gesso, pois a orginal foi destruída durante os bombardeamentos da Segunda Guerra Mundial.
A equipa britânica de investigadores estudava estes objectos desde 2007, a fim de verificar se se tratava de adornos ou próteses. Depois de testes com voluntários com alguns dedos dos pés amputados, constataram que os dedos artificiais permitiram recuperar determinados movimentos e são confortáveis. "Funcionaram muito bem e produziram movimentos surpreendentes", explicou Jacky Finch, da Universidade de Manchester.

As pessoas que participaram no estudo avaliaram a eficácia das próteses num tapete rolante que calculou a pressão criada pelos passos nos dedos. Além disso foram instaladas câmaras nos laboratórios da Universidade Salford (Reino Unido), onde decorreram os testes, que forneceram informações sobre a marcha dos voluntários amputados e a sua adaptação às próteses.

"Os meus resultados dão grandes provas de que estes dois modelos foram capazes de funcionar como substitutos para o dedo amputado e, assim, podem ser classificados como aparelhos protéticos. Se for esse o caso, podemos considerar que os primeiros trabalhos neste ramo da medicina devem ser 'colocados nos pés' dos antigos egípcios", concluiu a especialista britânica.
Notícia de Ciência Hoje

Primeiros britânicos usavam crânios de mortos como taça

2011-02-17

Uma recente descoberta numa caverna – Gruta do Gough, em Cheddar Gorge, Somerset (Reino Unido) –, indica que os britânicos primitivos usavam os crânios das suas vítimas como taça.

Os cientistas do Museu de História Natural de Londres analisaram os restos de três pessoas encontradas, entre elas, uma criança de três anos que supostamente foi morta por práticas de canibalismo. O estudo foi publicado na edição online da PLoS One.

As três taças datam de há 14 700 anos e estima-se que tenham sido usadas após a última Idade do Gelo.
Esta é a primeira evidência da existência de crânio-chávena manufacturados no Reino Unido, já que exemplos arqueológicos dos detalhes desta prática são extremamente raros. O diário «The Daily Telegraph» aponta, na edição de hoje, a descoberta como “a primeira evidência de massacres ritualísticos no país”.

Uma das chávenas adultas fará parte de uma exibição no museu londrino, a partir do próximo dia 1 de Março. Fazer recipientes a partir de crânios humanos pode parecer horrível, mas a prática já era conhecida e documentada do tempo dos Vikings e Citas.

No entanto, segundo os avanços dos paleontólogos do museu, o canibalismo não parece ter sido o propósito principal para a transformação dos crânios. Os ossos mostram cortes precisos com o objectivo de extrair a máxima quantidade de carne das vítimas.

Naquela época, os humanos já tinham aprendido a enterrar os mortos, o que significa que os restos descobertos são resultado de práticas canibais. Segundo Chris Stringer, investigador da instituição que se dedica ao estudo dos crânios, “o canibalismo era seguramente um bom método para eliminar grupos rivais e conseguir comida". "O mais sinistro é que essas pessoas eram caçadoras parecidas com seres humanos actuais. Fazer ferramentas e pintavam nas cavernas. Sepultavam os mais chegados, não os devoravam e tratavam os seus mortos com reverência", acrescentou Stringer.

os investigadores ressalvam que os ossos humanos mostram claros sinais de carnificina, implicando que foram limpos pela sua carne. A medula foi esmagada antes de as cabeças serem transformadas em louça e não há nenhuma sugestão que indique que as chávenas são troféus feitos dos restos de inimigos mortos.
Notícia de Ciência Hoje

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Estudo realizado na Ásia analisou a comunicação de 400 gibões

Os gibões, uma espécie de primata originária da Ásia, usam sotaques diferentes, tal como os humanos. A revelação foi feita por investigadores que identificaram variações regionais na comunicação destes animais, num artigo publicado na revista “BMC Evolutionary Biology”.

“Cada gibão tem a sua pronúncia, mas tal como nas pessoas, existem semelhanças entre aqueles que são da mesma região”, assinalou o investigador Van Ngoc Thinh, do Centro Alemão de Primatas.

Estes animais utilizam diferentes vocalizações, semelhantes a canções, para comunicarem entre si e demarcar território. Usam uma única frequência, pelo que os gritos são longos e característicos, sendo capazes de alcançar longas distâncias através da densa vegetação das florestas tropicais da China, Camboja e Vietname.
Depois desta descoberta, os cientistas querem aproveitar estas variações para identificar e localizar diferentes espécies de macacos.

Para realizar este estudo, a equipa de especialistas analisou mais de 400 gibões oriundos de 92 grupos dispersos por 24 localidades. Relacionaram os diferentes gritos com cada espécie, a sua localização e a sua variação genética. Os resultados mostraram que cada gibão possui uma maneira ligeiramente diferente de cantar, o que varia de local para local.

De acordo com os investigadores, ser capaz de identificar um gibão pelo seu canto permite um melhor controlo das suas populações, visto que muitas vezes é difícil obter amostras genéticas dos animais e a sua coloração pode variar dentro da mesma espécie.
Notícia de Ciência Hoje

A Aurora dos Tempos Modernos - do Desaparecimento dos Dinossauros à Génese do Homem


Dia 22 de Fevereiro, pelas 18h00, no Museu Nacional de História Natural, em Lisboa será apresentado o livro "A Aurora dos Tempos Modernos - do Desaparecimento dos Dinossauros à Génese do Homem", da autoria de Silvério Figueiredo e Hugo F.V. Cardoso.
Convidamos a aparecerem!

terça-feira, fevereiro 15, 2011

Congreso Internacional de Arqueoloxía de Vilalba

Vilalba (Lugo) 20-23 de julio de 2011.
Tendrán cabida aquellos trabajos que se puedan encuadrar en las siguientes sesiones: Arqueometría y metodología, Sociedades de cazadores-recolectores, Primeras sociedades campesinas y megalitismo, Edad del Hierro y Protohistoria, Época Romana, Otras Temáticas (arqueología medieval, musealización de yacimientos y arqueología profesional o de gestión).

El ámbito del Congreso se ciñe al Noroeste Peninsular (Galicia, Asturias, Cantabria, Castilla y León, País Vasco, Norte de Portugal y zonas limítrofes).

Los resúmenes de las comunicaciones se publicarán en la web de Congreso y las actas se entregarán al comienzo del evento.

Para más información: www.arqueoloxia.org o secretaria@arqueoloxia.org.

segunda-feira, fevereiro 14, 2011

Australopithecus afarensis tinha o pé arqueado

Um osso de um pé de uma espécie de hominídeo de há 3,2 milhões de anos, à qual pertencia a famosa Lucy, uma antepassada do Homo sapiens, revela que a espécie andava bem sobre as pernas. Os resultados da descoberta são publicados hoje, na revista «Science».

Um trabalho de investigadores norte-americanos cita a forma de um osso do pé fossilizado encontrado na Etiópia demonstra que os Australopithecus afarensis tinham os pés arqueados como o homem moderno. O osso descoberto, em Hadar, é um metatarso, parte do pé situada entre o tarso e o dedo.
Para um dos autores da investigação, o paleontólogo William Kimbel, "o desenvolvimento de um pé arqueado assinala uma mudança fundamental na evolução da condição humana", já que representa "o desaparecimento da capacidade de uso do dedo grande do pé" por parte dos Australopithecus afarensis para "se pendurarem nos ramos".

"O que indica que tinham finalmente abandonado a vida nas árvores para viver no solo", sustentou. Com um pé arqueado, os Australopithecus afarensis podiam, sem problemas, explorar o campo e deixar a floresta em busca de alimento.

O Australopithecus afarensis viveu na África há mais de três milhões de anos e tinha cérebros menores e mandíbulas mais fortes que o homem moderno. Antes deles, registos fósseis revelaram que no Quénia e na Etiópia viveu o Australopithecus anamensis, há 4,2 milhões de anos.

Ainda anteriormente, o Ardipithecus ramidus, o mais antigo ancestral humano, vivia da Etiópia há 4,4 milhões de anos. Embora as espécies fossem bípedes, passavam a maior parte do tempo em árvores e os seus pés ainda tinham características mais semelhantes aos dos primatas como os chimpanzés.
Notícia de Ciência Hoje

sábado, fevereiro 12, 2011

Alimentação até aos três anos pode influenciar QI

A alimentação das crianças nos primeiros anos de vida pode afectar o desenvolvimento do seu quociente de inteligência (QI), revela um estudo publicado na revista científica "British Medical Journal".

Os investigadores da Universidade de Bristol, no Reino Unido, basearam o seu trabalho em dados do estudo ALSPAC, realizado com 14 mil crianças nascidas entre 1991 e 1992, e que faz um acompanhamento a longo prazo da saúde dos participantes.

Neste âmbito, os pais das crianças completaram questionários detalhados sobre o tipo de comida e bebida que os seus filhos consumiam aos três, quatro, sete e oito anos e meio. Depois disso, periodicamente, as crianças foram submetidas a testes de inteligência, segundo a escala de Wechsler.
Os resultados revelaram que aquelas cuja dieta era pouco saudável apresentaram um QI menor do que os que tinham uma alimentação equilibrada.

De acordo com os investigadores, os padrões de alimentação entre os quatro e os sete anos não tiveram impacto no nível de inteligência das crianças, mas apenas o tipo de dieta mantida até aos três anos. "Os efeitos cognitivos relacionados com os hábitos alimentares nos primeiros anos de vida podem persistir mesmo alterando a dieta", alertaram.

Apesar dos resultados obtidos neste estudo, os investigadores acreditam que serão necessários novos trabalhos para se perceber melhor os efeitos sobre a inteligência de determinados tipos de dieta em idades mais avançadas.
Notícia de Ciência Hoje

Nova técnica explica evolução das serpentes

Uma nova técnica com aplicação em fósseis ajuda a perceber como é que as serpentes deixaram de ter patas. A tecnologia utiliza raio-X para fazer a reconstrução dos fósseis em três dimensões foi especialmente desenvolvida para analisar amostras planas de tamanho grande. No entanto, é a primeira vez que é usada para estudar fósseis. O estudo vem publicado no «Journal of Vertebrate Paleontology».

O grupo internacional de investigadores, liderado por Alexandra Houssaye, investigadora do Museu Nacional d'Histoire Naturelle em Paris, França, conseguiu detectar uma segunda pata graças a este método. O membro, no fóssil de uma antiga serpente – a Eupodophis descouensi –, com 95 milhões de anos e encontrado há dez anos no Líbano, não era invisível à primeira vista.
A pata tem dois centímetros de longitude e esta unida à pélvis da serpente (que devia medir uns 50 centímetros ao todo). Para o estudo, usaram um potente raio-X, e a equipa incluiu ainda cientistas do Laboratório Europeu de Radiação Síncrotron (ESRF) em Grenoble, França, além do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe (KIT), na Alemanha.

Até à data, foram encontradas muito poucas serpentes fossilizadas que conservem ossos e patas e, por isso, os paleontólogos consideram esta a chave para estudar estes exemplares.

Alexandra Houssaye, autora principal do estudo, sublinha que este estudo é importante para entender o grau de regressão dos membros, mas não pode ser determinado apenas pela pata visível, mas também por alguns pequenos ossos.

As imagens a 3D e a alta resolução revelam que a estrutura interna das patas é muito semelhante à dos actuais lagartos terrestres. Contudo, os dados obtidos serão combinados com outras investigações que estão a decorrer, no sentido de determinar as origens das serpentes no mar e na terra.
Noticia de Ciência Hoje

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Ciclo Teritórios de Fronteira




Irá decorrer às 17 horas do próximo dia 3 de Março de 2011 novo ciclo Territórios de Fronteira co-organizado pelo Grupo de Estudos em Evolução Humana (GEEVH), pelo Museu Nacional de Arqueologia (MNA) e pelo Núcleo de Arqueologia e Paleoecologia da Universidade do Algarve (NAP).

O ciclo inclui palestras de Catarina Tente (Docente na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa) com As comunidades camponesas alto-medievais na bacia do Alto-Mondego; João Tereso (Doutorando em Biologia na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto) com A agricultura Romana no Norte de Portugal: o contributo de novos estudos de arqueobotânica; e Cleia Detry (pós-doutoranda no Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa - UNIARQ)com A alimentação de Cristãos e Muçulmanos no Castelo de Palmela: uma perspectiva zooarqueológica.

Convidamo-vos todos a aparecer no MNA e assistir a este ciclo!

sábado, fevereiro 05, 2011

Museu Geológico expõe últimos cem milhões de anos de Lisboa

O “crocodilo de Chelas”, que viveu há 12 milhões de anos quando aquela zona da actual Lisboa era selva tropical, será um dos protagonistas de uma exposição que está a ser organizada, ainda sem data, pelo Museu Geológico.

Além da cabeça fossilizada do réptil gigante, vão integrar a mostra sobre os últimos cem milhões de anos da zona onde se ergue a capital portuguesa outros vestígios que comprovam que pela zona passearam-se antepassados dos actuais hipopótamos, zebras ou elefantes africanos.

Os “testemunhos” recolhidos pelos cientistas indicam que essa fauna vivia “contente” na região, diz a brincar o director do museu, o geólogo e professor universitário aposentado Miguel Ramalho.
Pedras que contam História

Ao olhar destreinado surge o que parecem ser apenas pedras, mas o enquadramento dado nas dezenas de expositores envidraçados permite ver os testemunhos dos últimos 600 milhões de anos de história do território chamado Portugal há uns escassos 900 anos.

No início da visita feita por ordem cronológica, a dimensão do tempo surge como um dos factores que mais impressionam numa ida ao museu. O vestígio mais antigo e conhecido em Portugal é uma pedra aparentemente vulgar vinda da Gronelândia, mas que terá 3800 milhões de anos, “mais dezena menos dezena de milhão”, indica Miguel Ramalho.

Dar a noção tempo não é tarefa fácil quando os números têm muitos zeros e deixa de ser perceptível para o comum dos visitantes dizer que um determinado fóssil tem 120 milhões de anos, como sucede com as primeiras plantas com flor conhecidas no mundo e encontradas em Portugal.

"Museu dos museus" existe há mais de 150 anos
Para facilitar, os geólogos criaram uma tabela em que equiparam a idade da Terra aos 12 meses do ano. E se os primeiros vestígios de vida no planeta surgiram em Março, já os primeiros animais, embora com partes mineralizadas, apenas ocorreram a 12 de Novembro.

Já os animais e plantas terrestres começaram a surgir nos finais de Novembro e Jesus Cristo terá nascido no dia 31 de Dezembro, às 23:59:46, quando apenas faltariam 14 segundos para comemorar a passagem de ano.

Há já mais de 150 anos que as duas compridas salas que serviam de dormitório aos frades do convento que existia no local passaram a resguardar o museu com a história do país contada através dos vestígios geológicos - fósseis ou até aparentes pedras vulgares.

A idade faz com que o edifício seja hoje designado por “museu dos museus”, por ser o espaço museológico que há mais tempo se mantém intocável no país, afirma Miguel Ramalho. “O espaço conserva muito da atmosfera do século XIX, coisa rara mesmo a nível europeu”, onde os museus científicos, de um modo geral, foram “transformados e descaracterizados”.
Notícia de Ciência Hoje

Alentejo acolhe Centro de Estudos Geológicos e Mineiros

Um Centro de Estudos Geológicos e Mineiros sobre a Faixa Piritosa Ibérica vai ser criado em Beja, num projecto que inclui uma litoteca, para arquivar “várias centenas de quilómetros” de amostras do subsolo já recolhidas, revelaram os promotores.

A iniciativa é do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) e prevê um investimento perto dos 3,5 milhões de euros, a candidatar ao Programa Estratégico do Sistema Regional de Transferência de Tecnologia (SRTT).
O SRTT, que envolve um consórcio de 21 parceiros e cujo protocolo de financiamento já foi assinado, pretende investir 41,8 milhões de euros, dos quais 29,3 milhões são fundos comunitários, nas áreas da ciência e tecnologia no Alentejo e Lezíria do Tejo.

Aproveitando este programa, o LNEG, que “há muitos anos” ambicionava instalar no Alentejo uma litoteca com material da Faixa Piritosa Ibérica, vai agora candidatar o projecto do Centro de Estudos Geológicos e Mineiros.

“Temos outras litotecas, mas estão muito cheias e não dá para armazenar e acondicionar devidamente todas as amostras que já possuímos da Faixa Piritosa Ibérica”, disse hoje à Lusa Machado Leite, do conselho directivo do LNEG. Os testemunhos de sondagens desta zona com forte potencial mineiro, que se estende desde Espanha até ao Alentejo, já totalizam “várias centenas de quilómetros”.

“A Faixa Piritosa Ibérica é um alvo mineiro mundialmente reconhecido e de que Portugal beneficia há décadas”, realçou, aludindo às actuais minas de Neves Corvo (Castro Verde) e Aljustrel e aos antigos pólos mineiros de Lousal (Grândola) e S. Domingos (Mértola).

E especialmente quando as cotações de minério estão em alta, frisou, as amostras geológicas do subsolo detidas pelo LNEG “têm um valor incalculável” para os investidores do sector. “A consulta deste tipo de amostras que o LNEG disponibiliza permite às empresas desenvolverem o seu conhecimento, para aumentar a probabilidade de descoberta de uma nova mina. O facto de a informação estar disponível, diminui o risco para quem investe”, explicou Magalhães Leite.

Além da litoteca, o LNEG vai congregar no Centro de Estudos Geológicos e Mineiros o “património acumulado, ao longo dos anos, sobre a Faixa Piritosa Ibérica”, nomeadamente competência técnica e científica, mapas e cartas geológicas.

“Queremos criar condições para atrair massa técnica científica e tecnológica, juntando também parceiros do sector, a nível nacional e internacional, em torno do centro”, frisou Magalhães Leite.

O LNEG, que possui um pólo em Beja, a transferir para o futuro centro, tem por missão desenvolver conhecimento para a identificação, valorização e promoção económica da exploração dos recursos mineiros em Portugal.

O projecto do centro de Beja vai ser candidatado ao SRTT e, segundo Magalhães Leite, que disse confiar na sua aprovação, deverá estar pronto “até ao final de 2013”, quando termina o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
Notícia de Ciência Hoje

“Los símbolos de la prehistoria” de Raquel Lacalle



Fuente: Editorial Almuzara

“Los símbolos de la prehistoria” de Raquel Lacalle es el nuevo ensayo que la editorial Almuzara acaba publicar y en el que se aborda una interpretación de las manifestaciones artísticas del Paleolítico Superior y de las Culturas Megalíticas europeas como puerta de acceso al conocimiento de las creencias religiosas vigentes en la Prehistoria. Su lectura revela la naturaleza de la “primigenia religión”: unas creencias de carácter astral-naturalista, dirigidas a la Diosa Madre, Madre-creadora y Madre Naturaleza, y a los astros, codificados bajo formas animales. La dualidad que caracteriza al arte paleolítico, reflejada principalmente a través de la pareja caballo-bisonte/toro se entendería como una representación de la díada divina: el sol y la luna.

Por esta razón, las interpretaciones de los símbolos que estudia la autora contrastan con otras teorías tradicionales que entienden el arte simplemente como el reflejo de actividades mágicas dirigidas a facilitar la actividad de la caza, al no haberse contemplado ni estudiado la naturaleza simbólica de las representaciones. El interés de estas conclusiones radica, especialmente, en que habitualmente se consideraba que las religiones astrales surgían a partir del Neolítico, un hecho que desmonta la autora al considerar que no se había tenido en consideración que las formas animales del arte pleistocénico pudieran poseer un sentido simbólico.

Estos primitivos cultos impregnarán manifestaciones posteriores, manteniendo vivos muchos de sus elementos. Los símbolos de la Diosa, el caballo, el toro, el ciervo, la serpiente, volverán a reaparecer en culturas posteriores. Las religiones surgidas a partir del Holoceno reciben esta influencia, entre ellas la “religión megalítica”, que es receptora de buena parte de este simbolismo que surge por primera vez en las cavernas-santuarios paleolíticas. La herencia de esta “primigenia religión” se detectará en los principios constituyentes de múltiples religiones, así como en cuentos y leyendas populares.

Del análisis de conjunto se extrae la conclusión fundamental sobre el importante papel desempeñado por el culto a los astros en la génesis del pensamiento religioso, siendo el inspirador de imágenes e ideas míticas. Se entendería así que las antiguas creencias religiosas habrían surgido como consecuencia de la veneración de los fenómenos celestes. Los personajes de cuentos y leyendas serían vestigios de esta antigua concepción astral-mitológica del mundo.

Raquel Lacalle Rodríguez es doctora en Geografía e Historia por la Universidad de Sevilla en la especialidad de Prehistoria y Arqueología, licenciada por las especialidades de Historia del Arte y de Prehistoria y Arqueología. Investigadora en Bioarqueología (Paleoantropología) centra sus líneas de investigación en cuestiones referidas a los aspectos simbólicos del arte prehistórico y en la «Arqueología de la Muerte», a través del estudio antropológico de poblaciones prehistóricas e históricas. Es autora de infinidad de artículos y memorias científicas sobre estos temas.

Notícia Publicado por Almuzara

Una ley británica echa tierra sobre futuros hallazgos arqueológicos

Abril de 2008. El doctor Parker Pearson, de la universidad de Sheffield, Inglaterra, se pasea por la excavación que está teniendo lugar en el monumento de Stonehenge, donde pretenden descubrir por fin la razón por la que se erigieron las célebres piedras. Parker dirige el proyecto Riverside, que lleva estudiando Stonehenge y sus alrededores desde 2003. Poco imagina que los restos humanos que van a descubrir -unos 60 cuerpos- demostrarán que el lugar fue usado como cementerio desde el año 3.000 a.C., mucho antes de lo que se creía. Y aún menos que una ley de 2008 le obligará a enterrar esos hallazgos, a pesar de su importancia y de si han terminado de estudiarlos o no.

Los restos arqueológicos hallados en Stonehenge, así como los de otras casi 400 excavaciones, pueden perderse para la ciencia si dicha ley no es modificada, y podría paralizar efectivamente las investigaciones arqueológicas. Así lo han denunciado un grupo de 40 profesores de arqueología, en una carta dirigida al secretario de Justicia, Ken Clarke, y publicada hoy viernes por el diario The Guardian. La norma introducida por el Ministerio de Justicia en 2008 -una reinterpretación de la ley anterior- especifica que todos los restos humanos hallados en excavaciones de Inglaterra y Gales deben de enterrarse de nuevo pasados dos años, independientemente de su antigüedad. En la misiva, los firmantes denuncian que "esta exigencia es contraria a los principios fundamentales de la investigación arqueológica y científica". Entre los firmantes están Chris Stringer, director de Orígenes Humanos en el Museo de Historia Natural de Londres, y Helena Hamerow, directora de arqueología en la Universidad de Oxford.

Según los arqueólogos, la retención por un largo periodo de tiempo de cualquier resto humano hallado en una excavación es absolutamente esencial, regulado por pautas y ética profesionales, además de ser una práctica museística observada en muchas partes del mundo. "Los restos seleccionados son examinados durante siglos, al albur de los nuevos avances científicos". La no modificación de esta norma, afirman, podría desperdiciar futuros descubrimientos en excavaciones como la de Happisburg, en Norfolk, donde continúan los trabajos tras descubrirse herramientas de piedra hechas por el hombre y que datan de hace 950.000 años.

Hasta 2008, la ley permitía el estudio y observación de los restos seleccionados que tuvieran un suficiente interés arqueológico. Aunque el Ministerio de Justicia aseguró hace dos años a los arqueólogos que la medida era interina, nada se ha hecho hasta la fecha para modificar la norma. Para el doctor Parker Pearson, "hemos sido extremadamente pacientes, porque se nos hizo creer que el Ministerio iba a solucionar el problema. Pero creemos que no se puede esperar más". Los restos de docenas de excavaciones están bajo riesgo inmediato de tener que ser enterrados, incluyendo ocho cuerpos de la Edad de Bronce y de Hierro encontrados en Cambridgeshire, unos 50 esqueletos de Batwry, al sur de Yorkshire, y un destacado enterramiento masivo vikingo en Weymouth.

Notícia de El País

EVENTOS DO CIAS | Departamento de Ciências da Vida (Antropologia)



Temas actuais de investigação | Dia 7 de Fevereiro 2011 | 16h

Trabalho de campo num país em desenvolvimento: o caso da Guiné‐Bissau
...Vítor Rosado Marques
[Biologia Humana, Saúde e Sociedade]

Variabilidade genética associada à persistência de lactase em Portugal e em diversas populações Africanas
Sara Pires
[Genes, Populações e Doenças]

Os Taíno da Jamaica: contributo da pesquisa antropológica na recuperação do conhecimento de um povo extinto
Ana Luísa Santos
[Populações e Culturas do Passado]

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

FROM PRIMATE ARCHAEOLOGY TO HUMAN EVOLUTION

JIA 2011, *4th Archaeological Meeting for Early Career Researchers:
*[IV Jornadas de Jovens em Investigação Arqueológica]

CALL FOR PAPERS AND POSTERS FOR SESSION 8:
"FROM PRIMATE ARCHAEOLOGY TO HUMAN EVOLUTION"

The 4th Archaeological Meeting for Early Career Researchers will be held in Faro, in the South of Portugal on May 2011 (11th - 14th). This is a rare opportunity to be amongst early career researchers (participation restricted to non PhD´s), to discuss the latest state of the art of our fields of research, but also to initiate future collaborations or projects. We would like to invite early career researchers to submit oral or poster presentations in the broad topic of session 8.

Session Abstract: The prehistory of human origins and evolution can be portrayed as a shifting puzzle, remarkably fascinating, but far from completely solved. In the challenging goal of reconstructing our evolutionary past, recent fossil and archaeological discoveries, as well as the introduction of new tools of research, have played a major role. In the last decade, increasing interaction of inter-disciplinary studies has developed. The search for answers to some of the most complex questions concerning our evolution and material culture has been the main focus. Thus, Paleoanthropology, Genetics, Primatology, Archaeology, Ecology, Ethology, are linked and currently are being explored by young researchers, with innovative approaches. This session aims to promote the need for bridging different disciplines, in order to understand further Human Evolution, with a particular focus on the recent "Primate Archaeology" manifesto (Nature, 2009). Studies focusing on the elementary technology and material culture of non-human primates will serve as the bases to discuss the implications of using non-human primates as models to elucidate the earliest technologies in Africa.

Session Coordinator: Susana Carvalho (Leverhulme Centre for Human Evolutionary Studies, U. Cambridge, U.K; CIAS - Centre of Research in Anthropology and Health and GEEvH - Group of Studies in Human Evolution, U. Coimbra, Portugal).

Details for submission of presentations: (8-9) Oral and (3) poster presentations will be held in this session. Oral presentations are limited to 15 minutes (+ 5: discussion). If you wish to have either a poster or oral presentation considered for inclusion, you must submit an abstract to session8@jia2011.com (and to scr50@cam.ac.uk) before March 10th. Abstracts must not exceed 250 words of text, 4 key-words (max.) and should indicate the name, title, institutional affiliation, mailing and email address of all authors. Please consider the nature of the material you wish to present and on this basis decide whether a poster or oral presentation will be most effective.

Registration opens on Feb 1st; please go to www.jia2011.com for further information.

Many thanks,
Susana Carvalho

Avicultura: da Pré-História à Produção Industrial



Livro em: http://www.bookess.com/read/7063-avicultura-da-pre-historia-a-producao-industrial/

quarta-feira, fevereiro 02, 2011

Explosão vulcânica na origem da primeira extinção em massa

Há 250 milhões de anos, 95 por cento da vida marinha e 70 por cento da terrestre foi aniquilada naquela que é considerada a maior extinção em massa da Terra. Existem várias hipóteses para explicar o sucedido. Uma delas, a de uma erupção vulcânica massiva, está a ganhar força com os estudos mais recentes.

Uma equipa de investigadores do departamento de Ciências da Terra da Universidade de Calgary, Canadá, acredita ter encontrado as primeiras evidências para sustentar a hipótese. Camadas de cinza descobertas no lago Buchanan (no Árctico) sugerem erupções que terão queimado grandes volumes de carvão e produzido gigantescas nuvens de cinza que cobriram os oceanos. A investigação está publicada na revista «Nature Geoscience».
O investigador Steve Grasby, responsável pela investigação, acredita que esta pode ser a prova “irrefutável” para explicar a extinção durante o período Pérmico. A diferença entre esta extinção e a dos dinossauros – há 65 milhões de anos – é que é consensual a causa, pelo menos parcial, desta: o impacto de um meteorito de grandes dimensões.

Os investigadores tinham já sugerido que as erupções vulcânicas podem gerar gases que provocam efeito de estufa e, consequentemente, aquecimento global. Quando aconteceu esta extinção, o planeta tinha uma única parte de terra, o super-continente Pangeia, com uma grande variedade natural, desde desertos a florestas. Os vertebrados de quatro patas seriam cada vez mais numerosos, entre eles contavam-se os anfíbios primitivos, os primeiros répteis e dos sinápsidos, família que algum tempo depois incluiria os mamíferos.

A localização dos vulcões encontra-se agora no norte da Rússia, à volta da cidade siberiana Tura e também abarca Yakutsk, Norilsk e Irkutsk. Cobrem uma área de dois milhões de quilómetros quadrados. As nuvens de cinza dos vulcões viajaram até às regiões que são agora o Árctico canadiano, onde se encontraram as cinzas. É a primeira confirmação directa da existência de cinzas de carvão durante a extinção.

Artigo: Catastrophic dispersion of coal fly ash into oceans during the latest Permian extinction

Noticia de Ciência Hoje

Vida e obra de Darwin em exposição na Casa Anderson

A antiga casa de família dos escritores Sophia de Mello Breyner e Ruben A, no Porto, reabre terça-feira, dia 1 de Fevereiro, com a exposição «A Evolução de Darwin», sobre a vida e a obra do naturalista inglês Charles Darwin.

A inauguração da exposição, integrada no programa de comemorações do Centenário da Universidade do Porto, contará com a presença do tetraneto de Charles Darwin, Randal Keynes, que será distinguido com a medalha de Cidadão Honorário do «Porto Cidade da Ciência».
A mostra conta “a épica viagem de Charles Darwin a bordo do HMS Beagle e as principais provas captadas pelo cientista britânico”, explica a Reitoria da Universidade do Porto. Estas provas levaram Darwin a escrever «A Origem das Espécies», obra onde apresenta, pela primeira vez, a Teoria da Evolução, base de toda a Biologia moderna.

Ao longo dos dois pisos da Casa Andresen, “o visitante vai entrar numa longa viagem e compreender o mundo antes de Darwin, conhecer as transformações que o cientista provocou e perceber como surgiram as primeiras teorias com especial enfoque na volta ao mundo que protagonizou”.

Nesse percurso, o público vai poder observar os mais emblemáticos exemplos de adaptação das espécies captadas pelo cientista e retiradas do famoso arquipélago das Galápagos, onde Darwin passou grande parte da viagem.

Patente até 17 de Julho, a exposição é composta por materiais vindos de várias instituições de relevo como o American Museum of Natural History, o Real Jardín Botánico de Madrid, o Musée de Histoire Naturelle de Paris ou o Museu Nacional de História Natural, que contribuem para um espólio que tem como foco central o acervo cedido pela Fundação Calouste Gulbenkian.
A esta mostra junta-se ainda o vasto legado do Museu de História Natural da Universidade do Porto.

Para dinamizar a exposição, a Universidade do Porto criou um programa educativo dirigido a todas as escolas do ensino básico e secundário e, paralelamente a esta iniciativa, decorrerão semanalmente outras actividades, organizadas para um público de todas as idades, nas quais se incluem workshops, palestras, música, teatro e oficinas práticas.

Além de ficarem a conhecer esta colecção sobre a vida e obra de Charles Darwin, os visitantes terão também a oportunidade de passear pela renovada Casa Andresen, edifício histórico da cidade, onde durante vários anos funcionou o Departamento de Botânica da Faculdade de Ciências, e o Jardim Botânico.

A inauguração desta exposição comissariada por José Feijó (Fundação Gulbenkian) e Nuno Ferrand (Universidade do Porto) tem lugar às 17h00. Estarão presente os ministros da Educação, Isabel Alçada, e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago, os presidentes da Câmara do Porto, Rui Rio, e da Fundação Calouste Gulbenkian, Rui Vilar, e do reitor da Universidade do Porto, Marques dos Santos.

Noticia de Ciência Hoje

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Workshop sobre o Specify 6.0

A ALT-Sociedade de História Natural e a Universidade do Kansas (EUA) organizam em Julho um Workshop que pretende ensinar profissionais que lidam com colecções biológicas e de História Natural sobre a instalação e funcionamento do Software Specify 6.0. O Projecto Specify Software foi desenvolvido pela Universidade do Kansas (Natural History Museum and Biodiversity Institute) e oferece a versão Specify 6.0 com aplicações destinadas para museus, processamento de gestão de dados de herbários e outras colecções biológicas ou de História Natural. Specify 6.0 lida com informações para informatizar amostras, gestão de coleçcões, rastreamento de amostras e operações de gestão de tecidos biológicos, e para a mobilização de dados de ocorrências de espécies para a Internet. Specify 6.0 funciona em computadores Windows, Mac OS X, Linux, é gratuito e de código aberto, com licenciamento.
Specify 6.0 tem uma interface intuitiva com formulários de dados que visam a racionalização de tarefas rotineiras durante a preparação e validação de informações sobre as coleções para a análise da pesquisa. Specify 6.0 tem inúmeras funcionalidades, incluindo suporte robusto para dados biológicos e outras áreas, cadernos de campo, arquivos anexos, GUIDs, locais de armazenamento hierarquizados, uploads de dados através do Workbench Specify e Excel, contratos de depósito, procedimentos de conservação, conteúdos do objeto da coleção, juntamente com numerosas funções adicionais. Specify 6.0 suporta o uso de aparelhos de gravação para diversos tipos de tratamento, tais como georreferenciação com GEOLocate, criação de etiquetas e impressão de relatórios; e importação e exportação de dados. Specify 6.0 opera com todos os acervos institucionais dentro de um único banco de dados para a administração simplificada.


Brevemente serão dados mais detalhes sobre este Workshop...estejam atent@s!
Mais informações ou dúvidas contactar o Departamento de Educação e Formação via email: educacao@alt-shn.org
ou em www.alt-shn.org.


Este curso vem no seguimento da estratégia adoptada pela ALT-Sociedade de História Natural no sentido de utilizar e difundir plataformas Open Source em ciência, tendo já posto em funcionamento o Projecto SIGAP (Sistema de Informação Geográfica Aplicada à Paleontologia) utilizando software SIG de código livre, com excelentes resultados.