Um Centro de Estudos Geológicos e Mineiros sobre a Faixa Piritosa Ibérica vai ser criado em Beja, num projecto que inclui uma litoteca, para arquivar “várias centenas de quilómetros” de amostras do subsolo já recolhidas, revelaram os promotores.
A iniciativa é do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG) e prevê um investimento perto dos 3,5 milhões de euros, a candidatar ao Programa Estratégico do Sistema Regional de Transferência de Tecnologia (SRTT).
O SRTT, que envolve um consórcio de 21 parceiros e cujo protocolo de financiamento já foi assinado, pretende investir 41,8 milhões de euros, dos quais 29,3 milhões são fundos comunitários, nas áreas da ciência e tecnologia no Alentejo e Lezíria do Tejo.
Aproveitando este programa, o LNEG, que “há muitos anos” ambicionava instalar no Alentejo uma litoteca com material da Faixa Piritosa Ibérica, vai agora candidatar o projecto do Centro de Estudos Geológicos e Mineiros.
“Temos outras litotecas, mas estão muito cheias e não dá para armazenar e acondicionar devidamente todas as amostras que já possuímos da Faixa Piritosa Ibérica”, disse hoje à Lusa Machado Leite, do conselho directivo do LNEG. Os testemunhos de sondagens desta zona com forte potencial mineiro, que se estende desde Espanha até ao Alentejo, já totalizam “várias centenas de quilómetros”.
“A Faixa Piritosa Ibérica é um alvo mineiro mundialmente reconhecido e de que Portugal beneficia há décadas”, realçou, aludindo às actuais minas de Neves Corvo (Castro Verde) e Aljustrel e aos antigos pólos mineiros de Lousal (Grândola) e S. Domingos (Mértola).
E especialmente quando as cotações de minério estão em alta, frisou, as amostras geológicas do subsolo detidas pelo LNEG “têm um valor incalculável” para os investidores do sector. “A consulta deste tipo de amostras que o LNEG disponibiliza permite às empresas desenvolverem o seu conhecimento, para aumentar a probabilidade de descoberta de uma nova mina. O facto de a informação estar disponível, diminui o risco para quem investe”, explicou Magalhães Leite.
Além da litoteca, o LNEG vai congregar no Centro de Estudos Geológicos e Mineiros o “património acumulado, ao longo dos anos, sobre a Faixa Piritosa Ibérica”, nomeadamente competência técnica e científica, mapas e cartas geológicas.
“Queremos criar condições para atrair massa técnica científica e tecnológica, juntando também parceiros do sector, a nível nacional e internacional, em torno do centro”, frisou Magalhães Leite.
O LNEG, que possui um pólo em Beja, a transferir para o futuro centro, tem por missão desenvolver conhecimento para a identificação, valorização e promoção económica da exploração dos recursos mineiros em Portugal.
O projecto do centro de Beja vai ser candidatado ao SRTT e, segundo Magalhães Leite, que disse confiar na sua aprovação, deverá estar pronto “até ao final de 2013”, quando termina o Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
Notícia de Ciência Hoje
A conduta dolosa da Ciência?
-
Um prémio Nobel da Física, Heinrich Rohrer a escrever acerca das fraudes
em ciência, no Público.
Há 12 anos
Sem comentários:
Enviar um comentário