segunda-feira, novembro 29, 2010

Seminário evocativo da vida e obra de Mendes Corrêa


Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (Campo Grande, Lisboa)
Auditório Armando Guebuza
Quinta-feira, dia 9 de Dezembro, às 18.00h
A. A. E. Mendes Corrêa (1888-1960), entre a ciência, a docência e a política
Oradores
Patrícia Ferraz Matos
Teresa Salomé Mota
Catarina Casanova
João Luís Cardoso
Ana Cristina Martins
João Pereira Neto
Entrada Livre

sexta-feira, novembro 26, 2010

Escola Aberta do Património

Dando continuidade ao projecto de divulgação do património histórico-cultural, intitulado “Escola Aberta do Património”, do Museu Municipal de Arqueologia, realizar-se-á no próximo dia 27 de Novembro, pelas 14h30, no Núcleo Museográfico do Casal da Falagueira mais um ciclo de palestras, desta feita subordinado ao tema “O Património imaterial”, com as seguintes palestras:

- 14.30h/15.15h, “Odivelas intangível”

Por Miguel Sousa Ferreira;

- 15.15h/16.00h, “Práticas de medicina popular em Loures”

Por Margarida Moreira da Silva;

- 16.00/16.15h, Pausa para café

- 16.15h/17.00h, “A Amadora com memória”

Por Gisela Encarnação.

ARQUEO- conversas

CR - Convento dos Remédios/Av. S. Sebastião

Dia 26 de Novembro (Sexta - Feira)

15h00 Fortins romanos do Alentejo Central - antecâmara da romanização dos campos de Liberalitas Iulia Ebora por Rui MATALOTO

16H00 Necropolis romana - Intervenção arqueológica na Escola Gabriel Pereira por Conceição MAIA e Gerardo GONÇALVES

quarta-feira, novembro 24, 2010


No próximo dia 4 de Dezembro, realiza-se no Fundão o colóquio Os segredos do subsolo no Concelho do Fundão – seis anos de escavações arqueológicas (2003-2009). Neste encontro estarão reunidos os arqueólogos que têm efectuado trabalhos de escavação no Concelho do Fundão, para uma apresentação dos resultados dessas mesmas investigações. As conferências iniciam-se às 10h00 no Museu d’Imprensa (Casino Fundanense) e a entrada é livre.



Journal of World Prehistory

Volume 1 / 1987 - Volume 23 / 2010

Chronology of the Grotte du Renne (France) and implications for the context of ornaments and human remains within the Châtelperronian

Chronology of the Grotte du Renne (France) and implications for the context of ornaments and human remains within the Châtelperronian

  1. Thomas Highama,1,
  2. Roger Jacobib,c,2,
  3. Michèle Juliend,
  4. Francine Davidd,
  5. Laura Basella,
  6. Rachel Wooda,
  7. William Daviese, and
  8. Christopher Bronk Ramseya

+ Author Affiliations

  1. aOxford Radiocarbon Accelerator Unit, Research Laboratory for Archaeology and the History of Art, University of Oxford, Oxford OX1 3QY, United Kingdom;
  2. bBritish Museum, Franks House, London N1 5QJ, United Kingdom;
  3. cNatural History Museum, London SW7 5BD, United Kindom;
  4. dArchéologies et Sciences de L'Antiquité, Unité Mixte de Recherche 7041, Centre National de la Recherche Scientifique, 92023 Nanterre, France; and
  5. eCentre for the Archaeology of Human Origins, Department of Archaeology, University of Southampton, Southampton SO17 1BF, United Kingdom
  1. Edited by Richard G. Klein, Stanford University, Stanford, CA, and approved September 13, 2010 (received for review June 12, 2010)

Abstract

There is extensive debate concerning the cognitive and behavioral adaptation of Neanderthals, especially in the period when the earliest anatomically modern humans dispersed into Western Europe, around 35,000–40,000 B.P. The site of the Grotte du Renne (at Arcy-sur-Cure) is of great importance because it provides the most persuasive evidence for behavioral complexity among Neanderthals. A range of ornaments and tools usually associated with modern human industries, such as the Aurignacian, were excavated from three of the Châtelperronian levels at the site, along with Neanderthal fossil remains (mainly teeth). This extremely rare occurrence has been taken to suggest that Neanderthals were the creators of these items. Whether Neanderthals independently achieved this level of behavioral complexity and whether this was culturally transmitted or mimicked via incoming modern humans has been contentious. At the heart of this discussion lies an assumption regarding the integrity of the excavated remains. One means of testing this is by radiocarbon dating; however, until recently, our ability to generate both accurate and precise results for this period has been compromised. A series of 31 accelerator mass spectrometry ultrafiltered dates on bones, antlers, artifacts, and teeth from six key archaeological levels shows an unexpected degree of variation. This suggests that some mixing of material may have occurred, which implies a more complex depositional history at the site and makes it difficult to be confident about the association of artifacts with human remains in the Châtelperronian levels.


http://www.pnas.org/content/107/47/20234.abstract?etoc

segunda-feira, novembro 22, 2010

Análises de DNA provam que houve cruzamento entre vikings e índios americamos por volta do ano 1000

2010-11-17
Os vikings estiveram na América por volta do ano 1000
Os vikings estiveram na América por volta do ano 1000
Através de dados arqueológicos e da tradição literária existente, já se sabia que os vikings tinham estado na América antes do descobridor oficial – Cristóvão Colombo – lá ter chegado. Agora, uma investigação genética vem comprovar essa presença, indicando que houve de facto contacto entre as populações. Mais, uma mulher ameríndia terá sido levada para a Islândia e dela descendem algumas das famílias ainda existentes.

Para chegar a esta conclusão a equipa de investigadores analisou o DNA de quatro famílias islandesas – 80 pessoas – nas quais tinha identificou uma linhagem ameríndia. Apercebeu-se, assim, que o contacto pré-colombiano terá acontecido cinco séculos antes da chegada de Colombo. O artigo está publicado na revista «Journal of Physical Anthropology».
Sabia-se que os genes dos actuais islandeses procediam dos países escandinavos, da Escócia e da Irlanda, mas não se conhecia esta outra origem distante, explica o Conselho Superior de Investigações Científicas espanhol, ao qual pertence um dos grupos de investigação.

O povoado viking L'Anse aux Meadows, na ilha de Terra Nova (Canadá), descoberto em 1960 por Helge Ingstad e Anne Stine Ingstad, e textos medievais como «A Saga de Erik, o Vermelho», escrita em 1260 apontavam já que estes povos tinham alcançado a América no século X.

Os dados de DNA vêm acrescentar que os genes das populações se cruzaram. A linhagem encontrada nas quatro famílias (C1e) é mitocondrial, uma organela da célula externa ao núcleo e implicado nos processos de produção de energia, que é herdado exclusivamente da mãe.

Os vikings terão levado uma mulher ameríndia para a Islândia por volta do ano 1000, que cruzou os seus genes com os da população local. Esta é uma hipótese plausível, acredita Carles Lalueza-Fox, investigador do Instituto de Biologia Evolutiva (CSIC - Universidade Pompeu Fabra, Barcelona), pois a ilha ficou bastante tempo isolada a partir dessa época.

A investigação foi realizada em colaboração com a Universidade da Islândia e a empresa farmacêutica Decode Genetics, ambas de Reiquiavique.

Artigo: A new subclade of mtDNA haplogroup C1 found in icelanders: Evidence of pre-columbian contact?

Notícia de Ciência Hoje

'Hominid-Carnivore interactions during the Pleistocene'

Informação sobre um congresso:

Dear colleague,

We are willing to present you the International Congress titled 'Hominid-Carnivore interactions during the Pleistocene' which will take place the 25-27 of october of 2011, in the coastal city of Tarragona, Spain. The meeting is organised by the Human Paleoecology and Social Evolution Catalonian Institute (IPHES, Spain) and the Archaeological Regional Museum of the Madrid Community (MAR, Spain) and its intention is to discuss the influence of carnivores in human evolution (Hominid-carnivore coevolution). We include the links of the web:

Spanish link: http://interaccioneshominidoscarnivoros.wordpress.com
English link: http://hominidcarnivoreinteractions.wordpress.com/

We would be mostly grateful if you could give the event the maximum publicity.
Best regards,

Jordi Rosell and Enrique Baquedano

quarta-feira, novembro 17, 2010

Entrevista com Jane Goodall

Podem ler uma entrevista com Jane Goodall em http://www.nytimes.com/2010/11/16/science/16conversation.html?_r=2&src=twt&twt=nytimes.

Evolution: Education and Outreach


Evolution: Education and Outreach

Volume 1 / 2008 - Volume 3 / 2010

O gene associado à generosidade

Gosta de fazer bem a outras pessoas? Nesse caso, o gene da generosidade pode ser o responsável por essa vontade. Um grupo de investigadores da Universidade de Bonn (Alemanha), dirigido pelo catedrático de psicologia Martin Reuter, acredita ter descoberto o gene da generosidade, após ter feito um estudo com cem estudantes – os resultados foram publicados no «Journal Social Cognitive & Affective Neuroscience».

Segundo o investigador, a prova consistiu numa experiência de retenção de dados na qual tinham que aprender uma série de dígitos e depois repeti-los de memória. Posteriormente, cada um dos participantes recebia cinco euros e tinha a possibilidade de doar parte dessa quantidade para um fim caridoso. As doações eram anónimas – apenas o grupo de investigação sabia a quantia dada.
Para o teste de DNA, os cientistas centraram-se no gene chamado COMT, que contém as informações para a criação de uma enzima que desactiva determinadas substâncias no cérebro, entre elas a dopamina. Há já 15 anos que se sabe que existem duas variantes distintas do gene COMT: o COMT val e o COMT met, que estão distribuídos de forma bastante equitativa entre a população humana.

Nas pessoas com a primeira variante, a enzima trabalha de forma quatro vezes mais efectiva, de modo que a dopamina é tornada inactiva de forma muito mais rápida. O estudo da Universidade de Bonn demonstrou que isto tem efeitos no comportamento e as pessoas que participaram no teste e que tinham a variante COMT val doaram o dobro da quantidade daqueles que tinham a variante met.

Ficou provado que esta mini-mutação afecta o comportamento. É a primeira vez que uma investigação empírica mostra que existe de facto uma ligação entre um factor genético determinado e atitudes altruístas, apesar de estudos com gémeos já terem demonstrado que os genes influenciam no comportamento.

O grupo de Bonn concentrou sua análise no gene COMT por saber que a dopamina influencia no comportamento social dos seres humanos. Em conjunto, com outras substâncias, como a vasopressina, tem influência, por exemplo, no comportamento sexual e a disposição para criar vínculos. Além disso, dopamina está positivamente associada às emoções e mesmo a motivação tem uma ligação directa com este neurotransmissor.
Notícia de Ciência Hoje.

O cérebro e a alfabetização

2010-11-11
Por Marlene Moura
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Estudo realizado em letrados, iletrados e ex-iletrados.
(Clique para ampliar)
Identificaram-se, pela primeira vez, imagens detalhadas do impacto da aprendizagem da leitura no cérebro. Segundo o trabalho desenvolvido por diferentes equipas internacionais - onde se incluem dois cientistas portugueses -, “aprender a ler, mesmo na idade adulta, é uma experiência tão importante para o cérebro que ele redistribui alguns dos seus recursos, obrigando outras funções, como o reconhecimento facial, a abrir mão de parte da sua gleba”. Os resultados da investigação são publicados hoje, on-line, na revista «Science».
Os investigadores, coordenados por Stanislas Dehaene, director da Unidade de Neuro- imagiologia Cognitiva do Inserm-CEA (França) e Laurent Cohen, da mesma estrutura, levaram a cabo o estudo com diferentes cientistas das universidades de Paris-Sul e Pierre e Marie Currie, entre outras, assim como com equipas portuguesas, brasileiras e belgas.

Paulo Ventura, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa (UL) que participou na investigação, avançou ao «Ciência Hoje», que para experiência, mediram “a actividade cerebral de 63 participantes – de nacionalidade portuguesa e brasileira – divididos em três grupos: letrados (31), iletrados (dez) e ex-iletrados (22 pessoas que não frequentaram a escola com a idade normal e aprenderam a ler em adultos) através de Ressonância Magnética funcional (fMRI)”.

Paulo Ventura
Paulo Ventura
E, comparando a actividade cerebral dos adultos analfabetos com a dos alfabetizados desde a infância ou em idade avançada, os resultados demonstraram que “existe uma actividade massiva resultante da leitura, tanto nas regiões visuais do cérebro como nas que são utilizadas para a linguagem falada”, explicou o cientista.

O investigador da UL sublinhou ainda que “é fundamental percebermos que uma aprendizagem cultural como a leitura tem um impacto muito grande sobre as respostas que o cérebro vai dar, quer sobre a informação escrita quer sobre a falada, e essas modificações podem ocorrer em qualquer idade”.

Uma das razões que leva a relevar a importância deste trabalho é o facto de a escrita ser “uma invenção demasiado recente para ter sido influenciada pela evolução genética humana”, e isso significa que o cérebro “já tinha áreas específicas preparadas para tratar a linguagem escrita e que todos temos zonas cerebrais que nos permitem desenvolver a leitura”, asseverou igualmente Paulo Ventura.

Competição nos hemisférios

José de Morais, outro investigador português, mas integrado na equipa belga (Universidade Livre de Bruxelas), explicou que “aquilo que à primeira vista não deveria ocorrer – modificações no córtex auditivo do iletrado, por falarem e perceberem a fala –, acontece também e verificam-se alterações na região do córtex temporal quando há tratamento fonológico, embora não seja feito da mesma forma”. Ou seja, os analfabetos “têm igualmente uma representação da fala, apesar de ser menos consciente”.

José de Morais
José de Morais
Mais importante para este investigador é perceber que “a estrutura já existia”, mas tinha “outra função” e, aquando da aprendizagem, “passa simplesmente a identifica palavras.” Neste caso, ocorre “uma espécie de ‘reciclagem’ das zonas cerebrais pré-existentes e dedicadas a outras funções” que se dedicará posteriormente a identificar símbolos da escrita e a liga-los com a linguagem falada.

No entanto, este aspecto levantou uma questão: «Será que existem consequências e que outras habilidades são afectadas?» José de Morais respondeu que sim e sustentou que “há uma espécie de estreitamento do hemisfério esquerdo – responsável pelo reconhecimento visual (rostos) – e dá-se uma passagem para o direito”. O investigador referiu ainda que ocorre uma “competição entre o tratamento das palavras escritas e o reconhecimento de caras”.

As conclusões mostram portanto que a leitura melhora o processamento de estímulos visuais orientados horizontalmente no córtex occipital e também conduz ao aparecimento de uma área especializada para palavras no córtex temporal.

A investigação englobou, paralelamente, populações brasileiras e portuguesas por serem de países onde, há dezenas de anos, era frequente as crianças não poderem ir à escola por estarem num ambiente social relativamente isolado e rural. Todos os voluntários incluídos eram pessoas socialmente bem integradas, de boa saúde e a maioria com emprego. A experiência foi realizada com fMRI, de ressonância 3 Tesla, no Centro NeuroSpin (Saclay, França) no caso dos portugueses e no Centro de Investigação em Neurociências do Hospital Sarah Lago (Brasil) para o segundo grupo.
Noticia de Ciência Hoje

Ciclo de Conferências Arqueologia ao Sul


No âmbito das iniciativas que têm vindo a ser desenvolvidas pelo Núcleo de Arqueologia e Paleoecologia (NAP) da Universidade do Algarve, é com grande prazer que informamos que se iniciará, já no próximo dia 25 de Novembro, o ciclo de conferências Arqueologia ao Sul.

Pretendendo ser um projecto a longo prazo e sem periodicidade definida, os principais objectivos do Arqueologia ao Sul são, por um lado, a apresentação de temas actuais nas áreas da Arqueologia e Paleoecologia Humana e, por outro, a criação de um espaço, aberto a todos os interessados, onde se possam debater as ideias e temáticas apresentadas pelo orador convidado.

A inauguração do ciclo fica a cargo de Francisco Almeida com uma conferência dedicada aos “Novos desafios ao estudo da transição Gravetense-Solutrense em Portugal” que terá lugar dia 25 de Novembro pelas 17h30, na sala 2.35 do edifício da FCHS da UAlg (Campus de Gambelas).

Nota biográfica

Francisco Almeida, arqueólogo de profissão, licenciou-se em História – variante Arqueologia, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1992. O gozo pela Pré-História antiga, desde cedo, o faz rumar aos Estados Unidos da América para frequentar o programa de pós-graduação em Arqueologia na Southern Methodist University (Dallas, Texas). Nesta universidade completa o Mestrado em 1996, seguido do Doutoramento em 2000, com a dissertação: O Gravetense terminal da Estremadura Portuguesa, variabilidade tecnológica das indústrias líticas (Almeida, 2000).

Regressa a Portugal para trabalhar como investigador no ex-IPA, actual IGESPAR., coordenando, desde então, os trabalhos arqueológicos no Abrigo do Lagar Velho, Leira.

Actualmente é investigador de Pós-Doutoramento na Faculdade das Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve.

Dissertação de Doutoramento

ALMEIDA, F. (2000) - The Terminal Gravettian of Portuguese Estremadura. Technological

variability of the lithic industries. Unpublished PhD Dissertation. Southern Methodist University, Dallas, Texas, EUA.

Síntese bibliográfica

ALMEIDA, F. (1998) - O Método das Remontagens Líticas: Enquadramento Teórico e

Aplicações”, Trabalhos de Arqueologia da EAM, 3, Lisboa, Colibri, pp.1-40.

ALMEIDA, F. (2001). Cores, tools, or both? Methodological consideration for the study of

carinated Lithic elements: the Portuguese case. Em: HAYS, M. A.; THACKER, P.T. (eds.),

Questioning the Answers: Re-solving Fundamental Problems of the Early Upper Paleolithic,

BAR International Series 1005: 91-98.

ALMEIDA, F. (2002) – O Paleolítico. In A dos Cunhados – Itinerários de Memória (Coord.

FONTES, J.L.), Pró-Memória, A dos Cunhados: 49-54.

ALMEIDA, F.; ARAÚJO, A.C.; AUBRY, T. (2003) – Paleotecnologia lítica: dos objectos aos

comportamentos. In MATEUS, J.E.; MORENO, M. (ed.) – Paleoecologia humana e

Arqueociências. Um programa multidisciplinar para a Arqueologia sob a tutela da Cultura.

Lisboa, IPA, p. 299-349 (Trabalhos de Arqueologia, nº 29).

ALMEIDA, F. (2007). Refitting at Lapa do Anecrial: Studying Technology and Micro Scale

Spatial Patterning through Lithic Reconstructions. In SCHURMANS, U. & DE BIE, M. (ed.)

Fitting Rocks: Lithic Refitting Examined, BAR International Series 1596: 55-74.

ALMEIDA, F. (2008). Big Puzzles, Short Stories: advantages of refitting for micro-scale spatial analysis of lithic scatters from Gravettian occupations in Portuguese Estremadura: in (T. Aubry, F. Almeida, A. C. Araújo, M. Tiffagom eds.) Proceedings of the XV World Congress UISPP (Lisbon, 4-9 September 2006) 21 Space and Time: Which Diachronies, which Synchronies, which Scales? / Typology vs Technology. BAR S1831: 69-79.

segunda-feira, novembro 15, 2010

As Origens do Olduvaiense: Serão os chimpanzés (Pan troglodytes) bons modelos para a evolução das primeiras tecnologias em África?


No passado dia 10 de

Novembro, pelas 18 horas ocorreu a segunda apresentação do Ciclo de Conferências no Museu Nacional de

Arqueologia: Arqueologia e Antropologia…. Territórios de fronteira. Co-organizado por GEEvH, NAP e o

Museu Nacional de

Arqueologia.


Oradora: Susana Carvalho(1,2)



1- Leverhulme Centre for Human Evolutionary Studies, University of

Cambridge, Cambridge, 2 CB 1 QH, United Kindgom.

2- CIAS – Centro de Investigação em
Antropologia e Saúde,

Universidade de Coimbra, 3000-056, Coimbra, Portugal.



scr50@cam.ac.uk



Conferência: "As Origens do Olduvaiense: Serão os chimpanzés (Pan

troglodytes) bons modelos para

a evolução das primeiras tecnologias em África?"





Resumo:

Compreender como e porquê surge o uso de ferramentas em primatas

humanos tem sido um objectivo essencial da arqueologia e antropologia,

desde o aparecimento destas disciplinas. As tecnologias mais antigas

datam de há 2.6 milhões de anos, e as evidências desta indústria

conhecida como “Olduvaiense”, são maioritariamente compostas por

pedras talhadas (líticos) que perduraram no registo arqueológico

(Semaw et al. 1997). As características que permitem discriminar estes

artefactos (i.e. pedras modificadas intencionalmente) são bem

conhecidas dos arqueólogos (Bordes 1961, Leakey 1971,

Tixier et al. 1980, Isaac and Harris 1997).



As tecnologias de percussão mais antigas incluem artefactos

provenientes de escavações na África Oriental (Semaw et al. 1997;

Delagnes and Roche 2005). Desde 1970, muitos estudos analisaram a

tipologia e tecnologia destas colecções (e.g. Leakey 1971; Toth 1985;

Isaac and Harris 1997), mas os martelos e as bigornas foram

consideravelmente desvalorizados, sendo vistos como uma espécie de

“parentes pobres” da tecnologia de talhe.



Durante a década de 60, Jane Goodall observou chimpanzés a fabricar e

usar diversas ferramentas (Goodall 1963) e, um pouco antes, era

descoberto o uso de pedras para partir
nozes entre comunidades de

chimpanzés da África Ocidental (Beatty 1951). Recentemente, a

escavação de um sítio arqueológico de nut-cracking de chimpanzés com

4300 anos BP (Mercader et al. 2007) estabeleceu uma “Idade da Pedra”

recente para esta tecnologia de primatas não-humanos.



Desde 2006, um projecto de investigação interdisciplinar, conjugando

arqueologia e primatologia, investiga o nut-cracking praticado por

chimpanzés em habitat natural, visando caracterizar estes utensílios,

bem como analisar a distribuição espacial e variação regional destas

ferramentas e suas áreas de actividade (Carvalho et al. 2008). O

estudo foca-se no uso de ferramentas nas florestas de Bossou e Diecké

(Guiné Conakry), e utiliza estes primatas não-humanos como modelos,

procurando testar a hipótese que considera terem existido indústrias

de percussão mais antigas, que ainda não terão

sido detectadas no registo arqueológico. Os resultados preliminares

desta investigação contribuíram para a recente proposta de uma nova

disciplina: Arqueologia de primatas (Haslam et al. 2009).



Um laboratório ao ar livre no centro da floresta de Bossou, permite

realizar experiências de nut-cracking, utilizando nozes disponíveis na

floresta (Elaeis guineensis) e nozes estranhas ao habitat local (Coula

edulis) (Matsuzawa 1994, Biro et al. 2003). Os dados recolhidos

durante 5 anos de sessões experimentais revelaram a selecção e uso

preferencial de determinados pares de ferramentas. Os chimpanzés

repetem a combinação de alguns martelos com algumas bigornas de forma

sistemática. O uso repetido dos mesmos pares de ferramentas pode

amplificar as marcas de uso e aumentar a

possibilidade de fractura dos elementos. Este padrão de utilização

sugere que comportamentos semelhantes poderão ter

originado os primeiros episódios de talhe acidental em hominínios

(Mora e de la Torre 2005; Carvalho et al. 2009).

Coordenação da mão nos chimpanzés comuns

Os seres humanos são maioritariamente destros. Há alguns anos, pensava-se que esta era uma característica exclusivamente humana. Uma investigação espanhola veio agora confirmar o que já alguns estudos indicavam: os chimpanzés partilham connosco esta distinção.

Num artigo publicado no «American Journal of Primatology», os cientistas afirmam que “ambas as espécies têm um funcionamento cerebral parecido”. O estudo foi realizado por uma equipa multidisciplinar da Fundación Mona, da Universidade Rovira i Virigili (Tarragona), do Instituto Catalão de Paleoecologia Humana e Evolução Social e da Universidade de Barcelona.
Os investigadores explicam que a utilização preferencial de uma das mãos é uma característica que reflecte a divisão funcional do cérebro na execução de uma série de tarefas. Do ponto de vista da evolução é importante saber desde quando esta está presente no ser humano, pois assim poderá explicar-se o surgimento da linguagem e da tecnologia.

Antigamente, acreditava-se que o hemisfério esquerdo seria dominante sobre o direito devido ao processamento de informação linguística, influenciando o uso da mão direita para as actividades quotidianas. Nos últimos anos começou a questionar-se isso e se seríamos os únicos com essa característica.

No caso dos primatas, nomeadamente dos chimpanzés, estudos norte-americanos já indicavam que estes seriam maioritariamente destros, tal como o ser humano. Mas as investigações tinham sido realizadas com animais em cativeiro.

Neste estudo recente foram utilizados 114 chimpanzés, da espécie Pan troglodytes, que vivem na natureza, em dois Centros de Recuperação de Primatas: Chimfunshi (Zâmbia) e Fundación Mona (Riudellots de la Selva, Girona).

Os investigadores detectaram acções complexas que implicam o uso e a coordenação de ambas as mãos. Chegaram à conclusão que têm uma assimetria manual semelhante aos humanos. Além do mais, as fêmeas são mais destras do que os machos, o que sugere que existem factores biológicos (genéticos e hormonais) que influenciam o funcionamento do cérebro.

Segundo Miquel Llorente, responsável por este projecto, “as raízes evolutivas desta característica seriam muito mais profundas do que até agora se pensava e teriam aparecido há seis ou sete milhões de anos, altura em que aconteceu a divergência entre chimpanzés e hominídeos. A assimetria manual não será, então, devido à linguagem”.

Os resultados “são o reflexo da desmistificação de muitas das coisas que eram tidas como singularidades da nossa espécie, como o uso de instrumentos ou uma complexa vida social”, explica. Agora, há evidências de que os chimpanzés, quando realizam acções complexas que requerem a utilização de instrumentos ou a coordenação de ambas as mãos, usam preferencialmente a direita.

Deste ponto de vista, pode dizer-se que compartilhamos um tipo de funcionamento cerebral semelhante e que foi sobre essa base que o ser humano construiu uma tecnologia altamente complexa e um sistema de comunicação flexível e poderoso.

Artigo: Population-level right-handedness for a coordinated bimanual task in naturalistic housed chimpanzees: replication and extension in 114 animals from Zambia and Spain

Notícia de Ciência hoje

Curso de verão na área da primatologia

Informação sobre um curso de verão na área da primatologia:

The Chimpanzee-Human Communication Institute (CHCI) is currently taking applications for our Summer Apprentice Program. Graduates, undergraduates, and post-graduates from various academic backgrounds (e.g. Anthropology, Biology, Psychology, Linguistics, Philosophy, etc.) and all nationalities are encouraged to apply. The dates of the program are June 26 to August 19, 2011.

The research at CHCI involves a group of chimpanzees who use the signs of American Sign Language (ASL). Washoe, Moja, Tatu, and Dar were part of the cross-fostering research that began in 1966 with Drs. R.A. & B.T. Gardner. Each chimpanzee was raised in an enriched environment in which his or her human family members used only ASL, much like the environment in which a deaf human child grows up. Loulis was adopted by Washoe in 1978 and learned his signs from chimpanzees. Currently, Tatu, Dar, and Loulis reside at CHCI on the campus of Central Washington University in Ellensburg, WA in a large state-of-the-art facility.


Apprentices are at the institute daily -- cleaning enclosures, preparing meals and enrichment, making observations of the chimpanzees, and participating in one or more research projects. The first week is intensive training in laboratory jobs and chimpanzee behaviors. After several weeks each apprentice becomes more autonomous and has responsibilities in research and husbandry. The philosophy of CHCI is that the needs of the chimpanzees come first. Apprentices are trained in humane care and research techniques.

The program fee is $1900 and there is a non-refundable $25 application processing fee. The costs do not include housing and transportation. Inexpensive housing is available on campus. A course in ASL is highly recommended but not required. For more information on the program and the application please see our web page at http://www.cwu.edu/~cwuchci/apprentice.html or contact Dr. Mary Lee Jensvold, CHCI, CWU, Ellensburg, WA 98926 jensvold@cwu.edu. The deadline to apply is February 18, 2011.

Reconstruindo os Puzzles do Passado: Remontagens de Pedra Lascada

A Secção de Pré-história da Associação dos Arqueólogos Portugueses vai levar a cabo, no dia 4 de Dezembro próximo (9.30h-18.00), no Museu Arqueológico do Carmo, um workshop intitulado Reconstruindo os Puzzles do Passado: Remontagens de Pedra Lascada, com coordenação científica de Francisco Almeida.

Entrada Livre.

Secção de Pré-História

Vivências e sobrevivências do passado do quotidiano"

O CIDEHUS-UÉ (Centro Interdisciplinar de História Culturas e Sociedades da Universidade de Évora) e a Câmara Municipal de Moura têm a honra de convidar V. Exa. para estar presente na segunda sessão do II Ciclo de Conferências Cultura a Sul, que terá lugar no dia 20 de Novembro de 2010, às 14h30, no Páteo dos Rolins, em Moura, a qual estará subordinada ao tema "Vivências e sobrevivências do passado do quotidiano".