quarta-feira, dezembro 29, 2010

Investigadores acreditam ter encontrado humano com 400 mil anos em Israel Hipótese polémica levanta muitas dúvidas na comunidade científica

2010-12-28

Num artigo publicado no «American Journal of Physical Anthropology», uma equipa de arqueólogos e antropólogos israelitas defende a hipótese de ter encontrado a mais antiga prova da existência do Homo sapiens (arcaico) - dentes humanos com 400 mil anos. Esta hipótese polémica, que a confirmar-se alteraria as actuais teorias sobre a origem do homem moderno, está já a ser criticada por outros investigadores.

A equipa da Universidade de Telavive faz, desde 2004, escavações na gruta de Qesem, no centro de Israel. Os investigadores afirmam que os dentes agora encontrados são idênticos a outros vestígios de Homo sapiens encontrados no país, nomeadamente os das grutas de Qafzeh, perto da cidade de Nazaré, que têm, aproximadamente, entre 80 mil e 120 mil anos.
A teoria aceite actualmente pela comunidade científica é que o humano moderno apareceu em África há 200 mil anos e daí partiu para “colonizar” outros continentes. Por isso, a afirmação de que os dentes podem ser de um Homo sapiens, provocam muitas dúvidas.

Paul Mellars, especialista em Arqueologia da Universidade de Cambridge, afirmou à Associated Press, citada pela Agência Lusa, que o estudo é respeitável e que a descoberta é “importante” porque são raros os vestígios deste período crítico, mas sublinhou que é prematuro afirmar que têm origem humana. Na sua opinião, os dentes são indicadores pouco fiáveis e as análises de restos de crânios permitiriam identificar com mais certeza a espécie encontrada na gruta de Qesem.

“Com base nas provas que apresentaram, é uma possibilidade ténue e francamente remota”, disse Mellars, que considera que estes vestígios estão provavelmente relacionados com os Neandertais. No artigo, a equipa liderada por Avi Gopher afirma que os dentes não têm características Neandertais, apesar de alguns traços sugerirem afinidades com membros da linhagem evolutiva daquela espécie. No entanto, têm mais semelhança com os vestígios dentários encontrados em Qafzeh.

A equipa examinou os dentes com raios X e TAC, datando-os de acordo com os estratos de terra onde foram encontrados. Avi Gopher sublinhou que é necessário aprofundar a investigação para confirmar a hipótese. Se se confirmar que estes vestígios estão relacionados com os antepassados do homem moderno, pode significar que este surgiu naquela zona geográfica e não em África, tendo assim de se fazer uma revisão da história das origens do Homem.
Noticia de Ciência Hoje

Grupo de hominídeos até agora desconhecido conviveu com Neandertais e Sapiens “Denisovanos” habitaram a Ásia há 30 mil anos



2010-12-23

O fragmento de um dedo e o dente encontrados na gruta de Denisova, na Sibéria, em 2008, pertencem a um tipo de hominídeo desconhecido até agora. São estas as conclusões dos investigadores do Instituto alemão Max Planck, depois de terem sequenciado o DNA nuclear do dedo.

Esta linhagem denisovana viveu há 30 mil anos, partilhando o planeta com outros humanos: nós – os Sapiens sapiens –, os Neandertais e o homo florensis, da Indonésia. O estudo está publicado na revista «Nature». Devido à escassez de fósseis, os cientistas preferem não denominar este achado como o de uma nova espécie, antes de um novo “grupo” de humanos.
Depois de comparar o genoma com os dos Neandertais – que foi também sequenciado este ano – e com o dos humanos actuais da Europa, África e Ásia, os investigadores chegaram à conclusão de que se tratava de facto de um hominídeo desconhecido. Outra surpresa foi perceber que parte do seu DNA (menos de três por cento) está presente em populações da Melanésia.

A paleogenética revelou que estes hominídeos são mais parecidos com os Neandertais do que connosco, o que significa que descendem dos mesmos antepassados, que se dividiram em dois ramos há 600 mil anos. Antes, há 800 mil anos, o tronco comum tinha-se dividido em dois ramos, aquele e o que deu origem à nossa espécie.

O dente molar que se encontrou na gruta confirma que a morfologia destes seres é muito mais primitiva do que a nossa. Os dentes são semelhantes aos do homo erectus, outro hominídeo que faz parte da árvore evolutiva humana (de há 1,8 milhões de anos).

Os cientistas pensam que o grupo “denisovano” se dispersou amplamente pela Ásia, enquanto os Neandertais se espalhavam pela Eurásia. Isto até os humanos modernos terem saído de África. A extinção daqueles dois grupos terá acontecido mais ou menos ao mesmo tempo e pouco depois da chegada dos sapiens sapiens.

Richard Green, da Unviersidade da Califórnia e um dos autores do estudo, afirma que a história da evolução humana é muito mais complexa do que se pensava há uns anos: “Percebemos agora que existem linhagens entrelaçadas com mais jogadores e interacções que conhecíamos”.

Artigo: Genetic history of an archaic hominin group from Denisova Cave in Siberia
noticia de Ciência Hoje

Neandertais canibalizados encontrados em Espanha

Fósseis pertenciam todos à mesma família
2010-12-22


Arqueólogos descobriram fósseis de uma família de 12 neandertais mortos há 49 mil anos numa caverna da região das Astúrias, no norte da Espanha, revela um estudo publicado na “Proceedings of the National Academy of Sciences”.

Segundo os investigadores, as marcas nos ossos mostram sinais de actividade canibal, indicando que os indivíduos encontrados foram comidos por outros neandertais. Apesar de os fragmentos de ossos de seis adultos e seis crianças terem sido encontrados dentro da caverna, os arqueólogos acreditam que viviam e foram mortos na superfície, mas que teriam sido envolvidos pela caverna após um desabamento.

"Todos mostram sinais de canibalismo. Têm marcas de cortes em vários ossos, incluindo os crânios e as mandíbulas", disse o arqueólogo Carles Lalueza-Fox, do Instituto de Biologia Evolucionária de Barcelona, que coordenou o estudo.

A conclusão de que o grupo era uma família vem da análise do ADN mitocondrial, o material genético encontrado nas células animais passado pela linhagem feminina. Os dados genéticos sugerem que, enquanto os três adultos do sexo masculino no grupo tinham a mesma linhagem materna, as três mulheres do grupo tinham origens maternas diferentes.

De acordo com os arqueólogos, isso mostraria que, pelo menos nesta família de neandertais, as mulheres vieram de fora do grupo e que os homens permaneceram no seio familiar ao chegar à idade adulta.
Noticia de Ciência Hoje

Sopa com 2400 anos encontrada na China

Descoberta útil para estudar costumes alimentares dos Reinos Combatentes
2010-12-13
Sopa encontrada continha ossos
Sopa encontrada continha ossos

Arqueólogos chineses encontraram sopa com 2400 anos dentro de um recipiente de bronze descoberto num túmulo que pertence à primeira capital da civilização chinesa, Xian, no noroeste do país.

Este túmulo data do período dos Reinos Combatentes (475-221 a.C.) e foi encontrado por uma equipa do Instituto Arqueológico da província de Shaanxi, no local onde está a ser construída a segunda fase do aeroporto de Xianyang. Os investigadores acreditam que o ocupante do túmulo era um alto funcionário ou um familiar do rei, já que se encontra localizado a 300 metros do mausoléu real.

"Esta é a primeira vez na história arqueológica chinesa que encontramos uma sopa que contém ossos", assinalou Liu Daiyun, arqueólogo chefe da jazida, acrescentando que "esta descoberta será particularmente útil para estudar os costumes alimentares dos Reinos Combatentes".

O mesmo explicou que foram encontrados mais recipientes. O que continha a sopa de ossos de animal tinha três patas, enquanto outro continha um líquido sem cheiro que pode ser um tipo de vinho antigo. Estes conteúdos vão ser examinados para determinar a que tipo de animal pertencem os ossos e a composição do líquido.

Noutro túmulo, a equipa descobriu ainda recipientes similares, mas partidos e com restos de costelas de vaca.
Notícia de Ciência Hoje

Google "viaja" pelo corpo humano



Aplicação ainda está em fase de testes
2010-12-20

Aplicação decompõe corpo humano por várias camadas
Aplicação decompõe corpo humano por várias camadas
Depois de possibilitar a “exploração” do planeta Terra, a Google lançou uma aplicação que permite conhecer o corpo humano de lés a lés.

"O Body Browser é um modelo do corpo humano em 3D. O utilizador pode ir despindo as diferentes camadas anatómicas, aplicar zoom e navegar nas zonas que queira", explicou um dos representantes da empresa no lançamento do produto.

A aplicação, que ainda se encontra em fase de testes, pelo que a navegação é limitada, foi desenvolvida pelo Google Labs, uma área da empresa dedicada à criação de aplicativos e programas experimentais.

Para além de poder satisfazer a curiosidade dos cibernautas, esta ferramenta interactiva desempenha um papel educacional junto de estudantes das áreas de biologia ou medicina. Os utilizadores dispõem de um sistema de busca personalizada, onde podem pesquisar por qualquer elemento do corpo humano, como um músculo, osso, artéria ou qualquer órgão, dando-se início à “viagem”. Podem também clicar no avatar que surge ao abrir a página da aplicação e “partir à descoberta” através dos botões que controlam a rotação e o zoom ou do rato.

Actualmente, a aplicação só disponibiliza a representação da anatomia feminina. No entanto, já foi anunciado o lançamento de um avatar masculino, uma vez que os dois sexos diferem em vários aspectos anatómicos. Outras inovações também estão previstas.

Esta ferramenta, devido à elevada tecnologia nela aplicada, só é acessível em softwares que suportem o padrão WebGI, pelo que, por enquanto, os únicos navegadores aptos à tarefa de rodar esta aplicação são as últimas versões beta do Google Chrome e do Mozilla Firefox.
Notícia de Ciência Hoje

Geneticistas fazem novos avanços e completam base de dados mundial do genoma

Recentes análises aos genomas de uma minhoca e de uma mosca permitiram acumular novos dados que irão facilitar a compreensão do funcionamento do DNA. Quatro artigos publicados simultaneamente nas revistas «Science» e «Nature», sobre estudos que envolveram centenas de investigadores do consórcio modENCODE, desvendam informações incalculáveis sobre as duas espécies – o C. elegans (minhoca) e a D. melanogaster (mosca). Pela primeira vez, os geneticistas do mundo todo dispõem agora de uma espécie de "Pedra da Roseta" do genoma.
O material genético destes dois modelos animais já tinha sido sequenciado em 1998 e 2004, respectivamente, mas o funcionamento dos organismos permanecia desconhecido. Agora, com a utilização de tecnologia de ponta já foi possível identificar uma série de mecanismos.

O código genético é difícil de decifrar. Aliás, até o ano 2000 pensava-se que o DNA era apenas constituído por genes que codificavam a síntese de uma molécula e, tendo em conta este critério, apenas 1,5 por cento do Ácido DesoxirriboNucleico teria utilidade. Contudo, os investigadores foram percebendo que havia uma parte que desempenhava um papel chave – a “matéria negra do genoma”, cinco por cento de DNA humano.

A geometria da cadeia de DNA, chamada de cromatina e onde se enrolam proteínas no caroço das células, tem igualmente um papel importante na expressão dos genes. Aqui, o objectivo do modENCODE era conseguir explicar a função dos dois elementos: matéria negra e cromatina.

Agora, resta à equipa internacional reutilizar estas informações para decifrar o genoma humano, que é dez vezes mais longo e complexo. O objectivo ultimo será predizer a forma, o desenvolvimento, o tamanho e o funcionamento completo de um organismo tendo como base única o seu DNA – os cientistas ainda não sabem se será possível um dia, mas num futuro próximo já conseguirão “determinar que genes podem ser activados, em que condições e com que efeitos”, olhando apenas para o código genético.
Notícia de Ciência Hoje

sábado, dezembro 25, 2010

Museo de la evolución humana

http://www.museoevolucionhumana.com/



Description: Cómo llegar al museo a visita por planta, de manera individual, contiene una exposicion propia en si misma.




El proyecto de paisajismo interior recerea una escenografia de la sierra de Atapuerca. En la parte superior de las pastilla se crea una reproducción fiel de la sierra.

La planta -1 se concibe como el corazón del museo. Un único espacio expositivo en el que ubicar el complejo arqueológico-paleontológico del Yacimiento de la Sierra de Atapuerca. El visitante puede encontrar una reproducción de la Sima de los Huesos como un módelo tridimensional y didáctico. En el interior de la primera pastilla se ubica el Homo antecesor y los yacimentos de Gran Dolina y Sima del Elefante.

La planta 0 está dedicada a la Teoría de la evolución de Darwin y la historia de la evolución Humana. En esta planta se encontrara la reproducción de la popa del famoso barco HMS BEAGLE. En esta planta el visitante puede encontrar las características exclusivas de los humanos entre las que se destaca el cerebro.

La planta 1 da respuesta, desde un punto de vista funcional, por qué somos tan iguales al cazador - recolector de hace 9000 años, y sin embargo, tan diferentes.El acceso a la planta de la cultura se realiza desde las rampas mecánicas.En esta planta se repasarn los diferentes hitos de la evolución de la cultura.

La planta 2, en esta planta se recrean los tres ecosistemas fundamentales de la evolución Humana:la selva, la sabana y la tundra-estepa de la última glaciación.



Museo de la evolución humana



Museo de la Evolución Humana

Paseo Sierra de Atapuerca, s/n

09002 - Burgos

info@museoevolucionhumana.com

+34 902 024 246

sexta-feira, dezembro 24, 2010

Crias fêmeas de chimpanzés brincam com paus como se fossem bonecas

22.12.2010 - 17:28 Por Helena Geraldes
Cientistas de Harvard descobriram que as crias fêmeas tratam os pauzinhos e galhos como se fossem bonecas. Os machos têm brincadeiras diferentes.
As fêmeas põem de lado os seus galhos assim que se tornam mães
Segundo os investigadores da Universidade de Harvard e do Bates College, Richard W. Wrangham e Sonya M. Kahlenberg, respectivamente, as jovens fêmeas mantêm os galhos consigo até elas próprias terem crias.

O estudo, publicado ontem na revista “Current Biology”, apresenta-se como a primeira prova de que uma espécie selvagem brinca com bonecas rudimentares e de que os machos e as fêmeas escolhem brincadeiras diferentes.

Em 14 anos de recolha de dados sobre o comportamento dos chimpanzés no Parque Nacional Kibale, no Uganda, Kahlenberg e Wrangham registaram mais de cem exemplos de crias que carregavam os seus pauzinhos. Em muitos casos, as jovens fêmeas não usavam os galhos para procurar alimentos ou lutar, como fazem por vezes os adultos, ou para qualquer objectivo perceptível. Segundo um comunicado da Universidade de Harvard, alguns jovens chimpanzés levavam os galhos para o sítio onde dormiam e houve uma cria que chegou mesmo a construir uma cama para o seu galho.

“Ao longo de muitos anos temos visto juvenis com galhos de um lado para o outro e porque, às vezes, tratavam-nos como bonecas, queríamos saber se este comportamento representava alguma coisa parecida com uma brincadeira com bonecas”, explicou Wrangham. “Se a hipótese da boneca estivesse certa, pensámos que as fêmeas iriam andar com os seus galhos mais do que os machos e que os abandonariam assim que tivessem as primeiras crias. Agora observámos chimpanzés suficientes para testar ambas as situações.”

Ambos os cientistas acreditam que o seu estudo ajuda a provar que, provavelmente, as crianças dos seres humanos já nascem com as suas próprias ideias sobre como se comportar em vez de imitarem outras raparigas a brincar com bonecas ou, no caso dos rapazes, optar pelos carrinhos. Talvez a escolha dos bonecos não se deva totalmente à socialização, apontam.

A investigação de Kahlenberg e Wrangham foi financiada pela Fundação Nacional da Ciência, Fundação Leakey, National Geographic Society, Fundação Getty e Fundação Wenner-Gren.
noticia de: http://ecosfera.publico.pt/biodiversidade/Details/crias-femeas-de-chimpanzes-brincam-com-pauzinhos-como-se-fossem-bonecas_1472166

quinta-feira, dezembro 23, 2010

Muge em Debate





No próximo dia 7 de Janeiro irá ter lugar no Museu Geológico em Lisboa um encontro científico dedicado aos Concheiros de Muge. As comunicações são multidisciplinares e abordam por isso diversas temáticas que permitem um mais profundo conhecimento deste sítio ímpar no registo arqueológico português.

Desenho encontrado na Austrália pode ser o mais antigo do mundo Pintura de pássaros

Um antigo desenho indígena de dois pássaros extintos há 40 mil anos pode ser um dos mais antigos do mundo, afirmam cientistas australianos.

Arqueólogos acreditam que a pintura rupestre descoberta em um remoto planalto no Território do Norte, na Austrália, pode ter 40 mil anos de idade.

A pintura mostra dois pássaros gigantes que parecem um genyornis, um tipo de ave não voadora que habitou a Austrália e que, se acredita, teria sido extinta com o aparecimento do homem.

Se o desenho tiver sido produzido quando esta fauna ainda existia, como alguns especialistas acreditam, ele seria um dos desenhos rupestres mais antigos já encontrados.

Em tinta de cor ocre, a pintura foi descoberta sob uma prateleira de pedra sabão em Arnhem Land, ao leste de Darwin, onde a tradição artística indígena começou há milhares de anos.

A recente descoberta foi examinada pelo arqueólogo Ben Gunn, que afirma que, se a idade de 40 mil anos for confirmada, será um fato monumental.

“Se for confirmada ela terá pelo menos o dobro da idade de qualquer outra pintura rupestre cuja idade já tentou se identificar na Austrália”, disse ele.

“Então, o grau de sobrevivência desta pintura seria enorme se comparada à maioria das obras de arte indígenas já classificadas.”

O remoto local será escavado cuidadosamente e testado para que os cientistas tentem estabelecer a idade da pintura.

Ainda há dúvidas, entre especialistas, se a pintura sobreviveria tanto tempo nas duras condições tropicais do norte da Austrália.

Os arqueólogos, no entanto, se sentem energizados pela descoberta, afirma o correspondente da BBC em Sydney, Phil Mercer.

Eles acreditam que possa haver centenas de milhares de pinturas rupestres aborígenes ainda espalhadas e não descobertas pela Austrália.
Notícia de: http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/2010/06/100606_passarospintura_ba.shtml

segunda-feira, dezembro 20, 2010

Nova espécie de lémure


2010-12-14


Lémure foi avistado pela primeira vez em 1995
O Madagáscar é conhecido por ser a única região do mundo onde há lémures. À lista de dezenas de espécies destes primatas lá existentes, foi adicionada outra que, embora esteja à espera de confirmação genética, os investigadores acreditam ser nova para a ciência.

O animal foi encontrado em Outubro na reserva da floresta protegida de Daraina, por biólogos da Conservation International. Russel Mittermeier, presidente desta organização, já tinha avistado este lémure em 1995, mas só este ano conseguiu confirmar a sua existência, enquanto filmava um documentário para a BBC Decade of Discovery. “Soube imediatamente que provavelmente esta era uma nova espécie para a ciência, mas não tive tempo de investigar na altura”, referiu.

As características deste lémure permitem incluí-lo no grupo Phaner. Apresenta listas negras sobre os olhos, pequenas dimensões e patas com dedos longos. Em contrapartida, a cor do pêlo é diferente dos seus semelhantes, assim como uma estrutura nunca observada que este tem sob a língua.

Russel Mittermeier regressou a Dairana este ano e começou a sua busca após o pôr-do-sol, uma vez que os lémures são mais activos durante a noite. Depois de avistá-lo e de conseguir tranquilizá-lo, foram recolhidas amostras de sangue a fim de averiguar a autenticidade da nova espécie. “A genética vai contar a história verdadeira”, assinalou Mittermeier.

O líder da expedição destacou que “esta é mais uma impressionante descoberta na ilha de Madagáscar, área prioritária em termos de biodiversidade e um dos lugares mais incríveis do planeta”. O biólogo frisou também que é “notável” que se continuem a encontrar novas espécies de lémure, sendo que esta, como se encontra numa área muito pequena, pode estar ameaçada de extinção.

Assim como os chimpanzés ou os gorilas, os lémures pertencem ao grupo dos prossímios, que evoluíram na Terra há 65 milhões de anos. No entanto estes pequenos primatas são endémicos do Madagáscar, pelo que são considerados os seus embaixadores da vida selvagem. Até agora eram conhecidas quatro espécies de lémures do grupo Phaner, podendo esta nova ser a quinta.

Caso tal se confirme, os investigadores já têm em mente a base do nome científico deste lémure: Fanamby, em homenagem à organização conservacionista que trabalha na floresta protegida de Daraina.

Notícia de Ciência Hoje

Reproduzir com vários machos enriquece espécies

2010-12-13

Peixes "guppy" praticam poliandria
As fêmeas que se reproduzem com vários machos enriquecem as espécies e tornam-nas mais adaptáveis às mudanças ambientais, revela um estudo coordenado por um cientista português, na Escócia.

Miguel Barbosa, biólogo especializado em animais marinhos, publicou em Novembro no "Journal of Evolutionary Biology" as conclusões de um estudo realizado com peixes tropicais de água doce "guppy" que muda a perspetiva científica sobre o papel do comportamento sexual das fêmeas na evolução.

"A ideia de que existe um macho ideal que as fêmeas procuram deixou de existir. Há vários e as fêmeas têm um papel vital", realçou, em declarações à agência Lusa.
Para o cientista, "estes resultados destroem o mito da fêmea submissa, que deixa de ser um veículo passivo e passa a ser crucial para o sucesso da sua própria reprodução e tem de ser considerada uma força relevante quando se estudam os processos evolutivos".

Estudando a reprodução em regime de poliandria (com vários machos diferentes), Miguel Barbosa descobriu que a espécie "guppy" ganha por nascerem "filhos mais variados". "Se nascerem filhos de pais diferentes, cada um vai competir para coisas diferentes. Os irmãos não competem entre si, o que vai aumentar o sucesso reprodutor no futuro", explicou.

Crias mais adaptáveis


Os peixes nascidos de mães que acasalaram com vários machos nasceram com mais cores, o que para os "guppy" é um indicador de atractibilidade. Além disso, refere o cientista, nascem crias "mais adaptáveis". Aliando isto às previsíveis alterações climáticas, a reprodução poliândrica torna-se "um processo potencialmente adaptativo para as alterações climáticas".

Miguel Barbosa tirou mestrado na Austrália e doutorou-se na Escócia
Miguel Barbosa tirou mestrado na Austrália e doutorou-se na Escócia
"Prevê-se que os ambientes serão mais variáveis, por isso o sucesso para sobreviver é ter filhos diferentes. Isto pode ser uma estratégia de sucesso e muda a nossa visão sobre a selecção sexual",
indicou.

A prática de poliandria na espécie "guppy" pode também justificar o facto de este tipo de peixe, originário do arquipélago de Trinidad e Tobago, ser um dos mais disseminados peixes de água doce no mundo inteiro, com muita resistência.

Segundo Miguel Barbosa, actualmente na Universidade de St. Andrews (Escócia), uma das aplicações práticas do resultado da sua investigação é "maximizar" o potencial de reprodução de peixes em aquacultura, inseminando artificialmente fêmeas com esperma de vários machos para produzir ninhadas com mais diversidade.

Assim será possível obter não só peixes mais diversos como em maior quantidade e sem recorrer a químicos, o que significará mais rendimento, menos gastos e alimentos mais saudáveis.
Os resultados obtidos com os "guppies" podem ser extrapolados para outras espécies, inclusivamente para mamíferos e para os seres humanos, afirma Miguel Barbosa. Olhando por exemplo para os golfinhos, o biólogo afirma que "cada vez é mais comum" as fêmeas procurarem vários machos para acasalar.

Os próximos passos nesta investigação ligam-se com a genética e Miguel Barbosa quer "começar a trabalhar com os genes nestes animais em diferentes condições, saber que consequências moleculares tem a poliandria e se há um gene prevalente que a influencie".

Notícia de Ciência Hoje

Importância da cor para reconhecimento de objectos

e a preto e branco (B)" width="350" height="233">
Activação cerebral induzida por objectos a cores (A)
e a preto e branco (B)
O Grupo de Neurociências Cognitivas da Universidade do Algarve conseguiu observar a importância da cor nos mecanismos cerebrais que permitem reconhecer objectos, com recurso a técnicas de imagiologia de ponta. Este estudo já foi alvo de interesse pela revista científica internacional «The Open Neuroimaging Journal».

A investigação, liderada por Inês Bramão, partiu do interesse em se conseguir “perceber se o cérebro é capaz de distinguir objectos naturais (como uma rosas) de outros não naturais (um blusa) pela cor e se responde da mesma forma às duas categorias”, explica.
A investigadora afirma ao «Ciência Hoje» que “sim”, de facto “existe esta distinção” no cérebro – o que tem implicações no processo evolutivo. A cor é determinante para a identificação. As áreas do cérebro responsáveis pelo processamento visual da cor foram identificadas quando a equipa decidiu mapeou a actividade cerebral de alunos expostos a imagens de objectos a cores e a preto e branco. E concluíram, nos dois casos, que a cor estimula a mesma actividade cerebral no reconhecimento de objectos naturais – uma laranja ou uma rosa, por exemplo – bem como no reconhecimento de objectos não naturais – um martelo ou uma cadeira.

A influência da cor no reconhecimento é um tema em debate no campo das Neurociências Cognitivas. O cérebro humano está equipado com mecanismos que permitem a visão a cores, mas os benefícios funcionais desta visão ainda não são totalmente conhecidos.

“Esta discussão é importante, não só pelas vantagens que poderá trazer para conhecimento sobre a cognição visual, mas também pelas implicações que podem advir para o tratamento de doentes com lesão cerebral e perturbações no reconhecimento visual de objectos”, continua a investigadora.

Recorde-se que uma das avaliações psicológicas comuns em pessoas com este tipo de lesão é precisamente o reconhecimento de objectos. No caso de não naturais, “a cor ajuda a segregar a imagem do fundo e a extrair-lhe uma forma”, assinalou ainda e conclui que “em objectos naturais activa o significado”.

Ressonância magnética funcional

Incorporado num projecto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, o estudo resultou da primeira experiência em ressonância magnética funcional, uma das mais recentes tecnologias de imagiologia, fruto da parceira estabelecida entre este grupo de investigação e a Clínica de Imagiologia Fernando Sancho, em Faro, para a utilização do equipamento para fins científicos.

O Grupo de Neurociências Cognitivas da Universidade do Algarve desenvolveu este estudo em parceria com os prestigiados Karolinska Institutet, na Suécia, e Donders Centre for Cognitive Neuroimaging, na Holanda. Além de Inês Bramão, estiveram envolvidos no estudo os investigadores Alexandra Reis, Luís Faísca, Karl Magnus Petersson, Christian Forkstam e os técnicos da Clínica Fernando Sancho Lambertine Tackenberg, Paulo Tinoco e Vasco Câmara Pires, director clínico.

Notícia de Ciência Hoje

segunda-feira, novembro 29, 2010

Seminário evocativo da vida e obra de Mendes Corrêa


Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias (Campo Grande, Lisboa)
Auditório Armando Guebuza
Quinta-feira, dia 9 de Dezembro, às 18.00h
A. A. E. Mendes Corrêa (1888-1960), entre a ciência, a docência e a política
Oradores
Patrícia Ferraz Matos
Teresa Salomé Mota
Catarina Casanova
João Luís Cardoso
Ana Cristina Martins
João Pereira Neto
Entrada Livre

sexta-feira, novembro 26, 2010

Escola Aberta do Património

Dando continuidade ao projecto de divulgação do património histórico-cultural, intitulado “Escola Aberta do Património”, do Museu Municipal de Arqueologia, realizar-se-á no próximo dia 27 de Novembro, pelas 14h30, no Núcleo Museográfico do Casal da Falagueira mais um ciclo de palestras, desta feita subordinado ao tema “O Património imaterial”, com as seguintes palestras:

- 14.30h/15.15h, “Odivelas intangível”

Por Miguel Sousa Ferreira;

- 15.15h/16.00h, “Práticas de medicina popular em Loures”

Por Margarida Moreira da Silva;

- 16.00/16.15h, Pausa para café

- 16.15h/17.00h, “A Amadora com memória”

Por Gisela Encarnação.

ARQUEO- conversas

CR - Convento dos Remédios/Av. S. Sebastião

Dia 26 de Novembro (Sexta - Feira)

15h00 Fortins romanos do Alentejo Central - antecâmara da romanização dos campos de Liberalitas Iulia Ebora por Rui MATALOTO

16H00 Necropolis romana - Intervenção arqueológica na Escola Gabriel Pereira por Conceição MAIA e Gerardo GONÇALVES

quarta-feira, novembro 24, 2010


No próximo dia 4 de Dezembro, realiza-se no Fundão o colóquio Os segredos do subsolo no Concelho do Fundão – seis anos de escavações arqueológicas (2003-2009). Neste encontro estarão reunidos os arqueólogos que têm efectuado trabalhos de escavação no Concelho do Fundão, para uma apresentação dos resultados dessas mesmas investigações. As conferências iniciam-se às 10h00 no Museu d’Imprensa (Casino Fundanense) e a entrada é livre.



Journal of World Prehistory

Volume 1 / 1987 - Volume 23 / 2010

Chronology of the Grotte du Renne (France) and implications for the context of ornaments and human remains within the Châtelperronian

Chronology of the Grotte du Renne (France) and implications for the context of ornaments and human remains within the Châtelperronian

  1. Thomas Highama,1,
  2. Roger Jacobib,c,2,
  3. Michèle Juliend,
  4. Francine Davidd,
  5. Laura Basella,
  6. Rachel Wooda,
  7. William Daviese, and
  8. Christopher Bronk Ramseya

+ Author Affiliations

  1. aOxford Radiocarbon Accelerator Unit, Research Laboratory for Archaeology and the History of Art, University of Oxford, Oxford OX1 3QY, United Kingdom;
  2. bBritish Museum, Franks House, London N1 5QJ, United Kingdom;
  3. cNatural History Museum, London SW7 5BD, United Kindom;
  4. dArchéologies et Sciences de L'Antiquité, Unité Mixte de Recherche 7041, Centre National de la Recherche Scientifique, 92023 Nanterre, France; and
  5. eCentre for the Archaeology of Human Origins, Department of Archaeology, University of Southampton, Southampton SO17 1BF, United Kingdom
  1. Edited by Richard G. Klein, Stanford University, Stanford, CA, and approved September 13, 2010 (received for review June 12, 2010)

Abstract

There is extensive debate concerning the cognitive and behavioral adaptation of Neanderthals, especially in the period when the earliest anatomically modern humans dispersed into Western Europe, around 35,000–40,000 B.P. The site of the Grotte du Renne (at Arcy-sur-Cure) is of great importance because it provides the most persuasive evidence for behavioral complexity among Neanderthals. A range of ornaments and tools usually associated with modern human industries, such as the Aurignacian, were excavated from three of the Châtelperronian levels at the site, along with Neanderthal fossil remains (mainly teeth). This extremely rare occurrence has been taken to suggest that Neanderthals were the creators of these items. Whether Neanderthals independently achieved this level of behavioral complexity and whether this was culturally transmitted or mimicked via incoming modern humans has been contentious. At the heart of this discussion lies an assumption regarding the integrity of the excavated remains. One means of testing this is by radiocarbon dating; however, until recently, our ability to generate both accurate and precise results for this period has been compromised. A series of 31 accelerator mass spectrometry ultrafiltered dates on bones, antlers, artifacts, and teeth from six key archaeological levels shows an unexpected degree of variation. This suggests that some mixing of material may have occurred, which implies a more complex depositional history at the site and makes it difficult to be confident about the association of artifacts with human remains in the Châtelperronian levels.


http://www.pnas.org/content/107/47/20234.abstract?etoc

segunda-feira, novembro 22, 2010

Análises de DNA provam que houve cruzamento entre vikings e índios americamos por volta do ano 1000

2010-11-17
Os vikings estiveram na América por volta do ano 1000
Os vikings estiveram na América por volta do ano 1000
Através de dados arqueológicos e da tradição literária existente, já se sabia que os vikings tinham estado na América antes do descobridor oficial – Cristóvão Colombo – lá ter chegado. Agora, uma investigação genética vem comprovar essa presença, indicando que houve de facto contacto entre as populações. Mais, uma mulher ameríndia terá sido levada para a Islândia e dela descendem algumas das famílias ainda existentes.

Para chegar a esta conclusão a equipa de investigadores analisou o DNA de quatro famílias islandesas – 80 pessoas – nas quais tinha identificou uma linhagem ameríndia. Apercebeu-se, assim, que o contacto pré-colombiano terá acontecido cinco séculos antes da chegada de Colombo. O artigo está publicado na revista «Journal of Physical Anthropology».
Sabia-se que os genes dos actuais islandeses procediam dos países escandinavos, da Escócia e da Irlanda, mas não se conhecia esta outra origem distante, explica o Conselho Superior de Investigações Científicas espanhol, ao qual pertence um dos grupos de investigação.

O povoado viking L'Anse aux Meadows, na ilha de Terra Nova (Canadá), descoberto em 1960 por Helge Ingstad e Anne Stine Ingstad, e textos medievais como «A Saga de Erik, o Vermelho», escrita em 1260 apontavam já que estes povos tinham alcançado a América no século X.

Os dados de DNA vêm acrescentar que os genes das populações se cruzaram. A linhagem encontrada nas quatro famílias (C1e) é mitocondrial, uma organela da célula externa ao núcleo e implicado nos processos de produção de energia, que é herdado exclusivamente da mãe.

Os vikings terão levado uma mulher ameríndia para a Islândia por volta do ano 1000, que cruzou os seus genes com os da população local. Esta é uma hipótese plausível, acredita Carles Lalueza-Fox, investigador do Instituto de Biologia Evolutiva (CSIC - Universidade Pompeu Fabra, Barcelona), pois a ilha ficou bastante tempo isolada a partir dessa época.

A investigação foi realizada em colaboração com a Universidade da Islândia e a empresa farmacêutica Decode Genetics, ambas de Reiquiavique.

Artigo: A new subclade of mtDNA haplogroup C1 found in icelanders: Evidence of pre-columbian contact?

Notícia de Ciência Hoje

'Hominid-Carnivore interactions during the Pleistocene'

Informação sobre um congresso:

Dear colleague,

We are willing to present you the International Congress titled 'Hominid-Carnivore interactions during the Pleistocene' which will take place the 25-27 of october of 2011, in the coastal city of Tarragona, Spain. The meeting is organised by the Human Paleoecology and Social Evolution Catalonian Institute (IPHES, Spain) and the Archaeological Regional Museum of the Madrid Community (MAR, Spain) and its intention is to discuss the influence of carnivores in human evolution (Hominid-carnivore coevolution). We include the links of the web:

Spanish link: http://interaccioneshominidoscarnivoros.wordpress.com
English link: http://hominidcarnivoreinteractions.wordpress.com/

We would be mostly grateful if you could give the event the maximum publicity.
Best regards,

Jordi Rosell and Enrique Baquedano

quarta-feira, novembro 17, 2010

Entrevista com Jane Goodall

Podem ler uma entrevista com Jane Goodall em http://www.nytimes.com/2010/11/16/science/16conversation.html?_r=2&src=twt&twt=nytimes.

Evolution: Education and Outreach


Evolution: Education and Outreach

Volume 1 / 2008 - Volume 3 / 2010

O gene associado à generosidade

Gosta de fazer bem a outras pessoas? Nesse caso, o gene da generosidade pode ser o responsável por essa vontade. Um grupo de investigadores da Universidade de Bonn (Alemanha), dirigido pelo catedrático de psicologia Martin Reuter, acredita ter descoberto o gene da generosidade, após ter feito um estudo com cem estudantes – os resultados foram publicados no «Journal Social Cognitive & Affective Neuroscience».

Segundo o investigador, a prova consistiu numa experiência de retenção de dados na qual tinham que aprender uma série de dígitos e depois repeti-los de memória. Posteriormente, cada um dos participantes recebia cinco euros e tinha a possibilidade de doar parte dessa quantidade para um fim caridoso. As doações eram anónimas – apenas o grupo de investigação sabia a quantia dada.
Para o teste de DNA, os cientistas centraram-se no gene chamado COMT, que contém as informações para a criação de uma enzima que desactiva determinadas substâncias no cérebro, entre elas a dopamina. Há já 15 anos que se sabe que existem duas variantes distintas do gene COMT: o COMT val e o COMT met, que estão distribuídos de forma bastante equitativa entre a população humana.

Nas pessoas com a primeira variante, a enzima trabalha de forma quatro vezes mais efectiva, de modo que a dopamina é tornada inactiva de forma muito mais rápida. O estudo da Universidade de Bonn demonstrou que isto tem efeitos no comportamento e as pessoas que participaram no teste e que tinham a variante COMT val doaram o dobro da quantidade daqueles que tinham a variante met.

Ficou provado que esta mini-mutação afecta o comportamento. É a primeira vez que uma investigação empírica mostra que existe de facto uma ligação entre um factor genético determinado e atitudes altruístas, apesar de estudos com gémeos já terem demonstrado que os genes influenciam no comportamento.

O grupo de Bonn concentrou sua análise no gene COMT por saber que a dopamina influencia no comportamento social dos seres humanos. Em conjunto, com outras substâncias, como a vasopressina, tem influência, por exemplo, no comportamento sexual e a disposição para criar vínculos. Além disso, dopamina está positivamente associada às emoções e mesmo a motivação tem uma ligação directa com este neurotransmissor.
Notícia de Ciência Hoje.

O cérebro e a alfabetização

2010-11-11
Por Marlene Moura
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Estudo realizado em letrados, iletrados e ex-iletrados.
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Identificaram-se, pela primeira vez, imagens detalhadas do impacto da aprendizagem da leitura no cérebro. Segundo o trabalho desenvolvido por diferentes equipas internacionais - onde se incluem dois cientistas portugueses -, “aprender a ler, mesmo na idade adulta, é uma experiência tão importante para o cérebro que ele redistribui alguns dos seus recursos, obrigando outras funções, como o reconhecimento facial, a abrir mão de parte da sua gleba”. Os resultados da investigação são publicados hoje, on-line, na revista «Science».
Os investigadores, coordenados por Stanislas Dehaene, director da Unidade de Neuro- imagiologia Cognitiva do Inserm-CEA (França) e Laurent Cohen, da mesma estrutura, levaram a cabo o estudo com diferentes cientistas das universidades de Paris-Sul e Pierre e Marie Currie, entre outras, assim como com equipas portuguesas, brasileiras e belgas.

Paulo Ventura, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Lisboa (UL) que participou na investigação, avançou ao «Ciência Hoje», que para experiência, mediram “a actividade cerebral de 63 participantes – de nacionalidade portuguesa e brasileira – divididos em três grupos: letrados (31), iletrados (dez) e ex-iletrados (22 pessoas que não frequentaram a escola com a idade normal e aprenderam a ler em adultos) através de Ressonância Magnética funcional (fMRI)”.

Paulo Ventura
Paulo Ventura
E, comparando a actividade cerebral dos adultos analfabetos com a dos alfabetizados desde a infância ou em idade avançada, os resultados demonstraram que “existe uma actividade massiva resultante da leitura, tanto nas regiões visuais do cérebro como nas que são utilizadas para a linguagem falada”, explicou o cientista.

O investigador da UL sublinhou ainda que “é fundamental percebermos que uma aprendizagem cultural como a leitura tem um impacto muito grande sobre as respostas que o cérebro vai dar, quer sobre a informação escrita quer sobre a falada, e essas modificações podem ocorrer em qualquer idade”.

Uma das razões que leva a relevar a importância deste trabalho é o facto de a escrita ser “uma invenção demasiado recente para ter sido influenciada pela evolução genética humana”, e isso significa que o cérebro “já tinha áreas específicas preparadas para tratar a linguagem escrita e que todos temos zonas cerebrais que nos permitem desenvolver a leitura”, asseverou igualmente Paulo Ventura.

Competição nos hemisférios

José de Morais, outro investigador português, mas integrado na equipa belga (Universidade Livre de Bruxelas), explicou que “aquilo que à primeira vista não deveria ocorrer – modificações no córtex auditivo do iletrado, por falarem e perceberem a fala –, acontece também e verificam-se alterações na região do córtex temporal quando há tratamento fonológico, embora não seja feito da mesma forma”. Ou seja, os analfabetos “têm igualmente uma representação da fala, apesar de ser menos consciente”.

José de Morais
José de Morais
Mais importante para este investigador é perceber que “a estrutura já existia”, mas tinha “outra função” e, aquando da aprendizagem, “passa simplesmente a identifica palavras.” Neste caso, ocorre “uma espécie de ‘reciclagem’ das zonas cerebrais pré-existentes e dedicadas a outras funções” que se dedicará posteriormente a identificar símbolos da escrita e a liga-los com a linguagem falada.

No entanto, este aspecto levantou uma questão: «Será que existem consequências e que outras habilidades são afectadas?» José de Morais respondeu que sim e sustentou que “há uma espécie de estreitamento do hemisfério esquerdo – responsável pelo reconhecimento visual (rostos) – e dá-se uma passagem para o direito”. O investigador referiu ainda que ocorre uma “competição entre o tratamento das palavras escritas e o reconhecimento de caras”.

As conclusões mostram portanto que a leitura melhora o processamento de estímulos visuais orientados horizontalmente no córtex occipital e também conduz ao aparecimento de uma área especializada para palavras no córtex temporal.

A investigação englobou, paralelamente, populações brasileiras e portuguesas por serem de países onde, há dezenas de anos, era frequente as crianças não poderem ir à escola por estarem num ambiente social relativamente isolado e rural. Todos os voluntários incluídos eram pessoas socialmente bem integradas, de boa saúde e a maioria com emprego. A experiência foi realizada com fMRI, de ressonância 3 Tesla, no Centro NeuroSpin (Saclay, França) no caso dos portugueses e no Centro de Investigação em Neurociências do Hospital Sarah Lago (Brasil) para o segundo grupo.
Noticia de Ciência Hoje

Ciclo de Conferências Arqueologia ao Sul


No âmbito das iniciativas que têm vindo a ser desenvolvidas pelo Núcleo de Arqueologia e Paleoecologia (NAP) da Universidade do Algarve, é com grande prazer que informamos que se iniciará, já no próximo dia 25 de Novembro, o ciclo de conferências Arqueologia ao Sul.

Pretendendo ser um projecto a longo prazo e sem periodicidade definida, os principais objectivos do Arqueologia ao Sul são, por um lado, a apresentação de temas actuais nas áreas da Arqueologia e Paleoecologia Humana e, por outro, a criação de um espaço, aberto a todos os interessados, onde se possam debater as ideias e temáticas apresentadas pelo orador convidado.

A inauguração do ciclo fica a cargo de Francisco Almeida com uma conferência dedicada aos “Novos desafios ao estudo da transição Gravetense-Solutrense em Portugal” que terá lugar dia 25 de Novembro pelas 17h30, na sala 2.35 do edifício da FCHS da UAlg (Campus de Gambelas).

Nota biográfica

Francisco Almeida, arqueólogo de profissão, licenciou-se em História – variante Arqueologia, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa em 1992. O gozo pela Pré-História antiga, desde cedo, o faz rumar aos Estados Unidos da América para frequentar o programa de pós-graduação em Arqueologia na Southern Methodist University (Dallas, Texas). Nesta universidade completa o Mestrado em 1996, seguido do Doutoramento em 2000, com a dissertação: O Gravetense terminal da Estremadura Portuguesa, variabilidade tecnológica das indústrias líticas (Almeida, 2000).

Regressa a Portugal para trabalhar como investigador no ex-IPA, actual IGESPAR., coordenando, desde então, os trabalhos arqueológicos no Abrigo do Lagar Velho, Leira.

Actualmente é investigador de Pós-Doutoramento na Faculdade das Ciências Humanas e Sociais da Universidade do Algarve.

Dissertação de Doutoramento

ALMEIDA, F. (2000) - The Terminal Gravettian of Portuguese Estremadura. Technological

variability of the lithic industries. Unpublished PhD Dissertation. Southern Methodist University, Dallas, Texas, EUA.

Síntese bibliográfica

ALMEIDA, F. (1998) - O Método das Remontagens Líticas: Enquadramento Teórico e

Aplicações”, Trabalhos de Arqueologia da EAM, 3, Lisboa, Colibri, pp.1-40.

ALMEIDA, F. (2001). Cores, tools, or both? Methodological consideration for the study of

carinated Lithic elements: the Portuguese case. Em: HAYS, M. A.; THACKER, P.T. (eds.),

Questioning the Answers: Re-solving Fundamental Problems of the Early Upper Paleolithic,

BAR International Series 1005: 91-98.

ALMEIDA, F. (2002) – O Paleolítico. In A dos Cunhados – Itinerários de Memória (Coord.

FONTES, J.L.), Pró-Memória, A dos Cunhados: 49-54.

ALMEIDA, F.; ARAÚJO, A.C.; AUBRY, T. (2003) – Paleotecnologia lítica: dos objectos aos

comportamentos. In MATEUS, J.E.; MORENO, M. (ed.) – Paleoecologia humana e

Arqueociências. Um programa multidisciplinar para a Arqueologia sob a tutela da Cultura.

Lisboa, IPA, p. 299-349 (Trabalhos de Arqueologia, nº 29).

ALMEIDA, F. (2007). Refitting at Lapa do Anecrial: Studying Technology and Micro Scale

Spatial Patterning through Lithic Reconstructions. In SCHURMANS, U. & DE BIE, M. (ed.)

Fitting Rocks: Lithic Refitting Examined, BAR International Series 1596: 55-74.

ALMEIDA, F. (2008). Big Puzzles, Short Stories: advantages of refitting for micro-scale spatial analysis of lithic scatters from Gravettian occupations in Portuguese Estremadura: in (T. Aubry, F. Almeida, A. C. Araújo, M. Tiffagom eds.) Proceedings of the XV World Congress UISPP (Lisbon, 4-9 September 2006) 21 Space and Time: Which Diachronies, which Synchronies, which Scales? / Typology vs Technology. BAR S1831: 69-79.

segunda-feira, novembro 15, 2010

As Origens do Olduvaiense: Serão os chimpanzés (Pan troglodytes) bons modelos para a evolução das primeiras tecnologias em África?


No passado dia 10 de

Novembro, pelas 18 horas ocorreu a segunda apresentação do Ciclo de Conferências no Museu Nacional de

Arqueologia: Arqueologia e Antropologia…. Territórios de fronteira. Co-organizado por GEEvH, NAP e o

Museu Nacional de

Arqueologia.


Oradora: Susana Carvalho(1,2)



1- Leverhulme Centre for Human Evolutionary Studies, University of

Cambridge, Cambridge, 2 CB 1 QH, United Kindgom.

2- CIAS – Centro de Investigação em
Antropologia e Saúde,

Universidade de Coimbra, 3000-056, Coimbra, Portugal.



scr50@cam.ac.uk



Conferência: "As Origens do Olduvaiense: Serão os chimpanzés (Pan

troglodytes) bons modelos para

a evolução das primeiras tecnologias em África?"





Resumo:

Compreender como e porquê surge o uso de ferramentas em primatas

humanos tem sido um objectivo essencial da arqueologia e antropologia,

desde o aparecimento destas disciplinas. As tecnologias mais antigas

datam de há 2.6 milhões de anos, e as evidências desta indústria

conhecida como “Olduvaiense”, são maioritariamente compostas por

pedras talhadas (líticos) que perduraram no registo arqueológico

(Semaw et al. 1997). As características que permitem discriminar estes

artefactos (i.e. pedras modificadas intencionalmente) são bem

conhecidas dos arqueólogos (Bordes 1961, Leakey 1971,

Tixier et al. 1980, Isaac and Harris 1997).



As tecnologias de percussão mais antigas incluem artefactos

provenientes de escavações na África Oriental (Semaw et al. 1997;

Delagnes and Roche 2005). Desde 1970, muitos estudos analisaram a

tipologia e tecnologia destas colecções (e.g. Leakey 1971; Toth 1985;

Isaac and Harris 1997), mas os martelos e as bigornas foram

consideravelmente desvalorizados, sendo vistos como uma espécie de

“parentes pobres” da tecnologia de talhe.



Durante a década de 60, Jane Goodall observou chimpanzés a fabricar e

usar diversas ferramentas (Goodall 1963) e, um pouco antes, era

descoberto o uso de pedras para partir
nozes entre comunidades de

chimpanzés da África Ocidental (Beatty 1951). Recentemente, a

escavação de um sítio arqueológico de nut-cracking de chimpanzés com

4300 anos BP (Mercader et al. 2007) estabeleceu uma “Idade da Pedra”

recente para esta tecnologia de primatas não-humanos.



Desde 2006, um projecto de investigação interdisciplinar, conjugando

arqueologia e primatologia, investiga o nut-cracking praticado por

chimpanzés em habitat natural, visando caracterizar estes utensílios,

bem como analisar a distribuição espacial e variação regional destas

ferramentas e suas áreas de actividade (Carvalho et al. 2008). O

estudo foca-se no uso de ferramentas nas florestas de Bossou e Diecké

(Guiné Conakry), e utiliza estes primatas não-humanos como modelos,

procurando testar a hipótese que considera terem existido indústrias

de percussão mais antigas, que ainda não terão

sido detectadas no registo arqueológico. Os resultados preliminares

desta investigação contribuíram para a recente proposta de uma nova

disciplina: Arqueologia de primatas (Haslam et al. 2009).



Um laboratório ao ar livre no centro da floresta de Bossou, permite

realizar experiências de nut-cracking, utilizando nozes disponíveis na

floresta (Elaeis guineensis) e nozes estranhas ao habitat local (Coula

edulis) (Matsuzawa 1994, Biro et al. 2003). Os dados recolhidos

durante 5 anos de sessões experimentais revelaram a selecção e uso

preferencial de determinados pares de ferramentas. Os chimpanzés

repetem a combinação de alguns martelos com algumas bigornas de forma

sistemática. O uso repetido dos mesmos pares de ferramentas pode

amplificar as marcas de uso e aumentar a

possibilidade de fractura dos elementos. Este padrão de utilização

sugere que comportamentos semelhantes poderão ter

originado os primeiros episódios de talhe acidental em hominínios

(Mora e de la Torre 2005; Carvalho et al. 2009).

Coordenação da mão nos chimpanzés comuns

Os seres humanos são maioritariamente destros. Há alguns anos, pensava-se que esta era uma característica exclusivamente humana. Uma investigação espanhola veio agora confirmar o que já alguns estudos indicavam: os chimpanzés partilham connosco esta distinção.

Num artigo publicado no «American Journal of Primatology», os cientistas afirmam que “ambas as espécies têm um funcionamento cerebral parecido”. O estudo foi realizado por uma equipa multidisciplinar da Fundación Mona, da Universidade Rovira i Virigili (Tarragona), do Instituto Catalão de Paleoecologia Humana e Evolução Social e da Universidade de Barcelona.
Os investigadores explicam que a utilização preferencial de uma das mãos é uma característica que reflecte a divisão funcional do cérebro na execução de uma série de tarefas. Do ponto de vista da evolução é importante saber desde quando esta está presente no ser humano, pois assim poderá explicar-se o surgimento da linguagem e da tecnologia.

Antigamente, acreditava-se que o hemisfério esquerdo seria dominante sobre o direito devido ao processamento de informação linguística, influenciando o uso da mão direita para as actividades quotidianas. Nos últimos anos começou a questionar-se isso e se seríamos os únicos com essa característica.

No caso dos primatas, nomeadamente dos chimpanzés, estudos norte-americanos já indicavam que estes seriam maioritariamente destros, tal como o ser humano. Mas as investigações tinham sido realizadas com animais em cativeiro.

Neste estudo recente foram utilizados 114 chimpanzés, da espécie Pan troglodytes, que vivem na natureza, em dois Centros de Recuperação de Primatas: Chimfunshi (Zâmbia) e Fundación Mona (Riudellots de la Selva, Girona).

Os investigadores detectaram acções complexas que implicam o uso e a coordenação de ambas as mãos. Chegaram à conclusão que têm uma assimetria manual semelhante aos humanos. Além do mais, as fêmeas são mais destras do que os machos, o que sugere que existem factores biológicos (genéticos e hormonais) que influenciam o funcionamento do cérebro.

Segundo Miquel Llorente, responsável por este projecto, “as raízes evolutivas desta característica seriam muito mais profundas do que até agora se pensava e teriam aparecido há seis ou sete milhões de anos, altura em que aconteceu a divergência entre chimpanzés e hominídeos. A assimetria manual não será, então, devido à linguagem”.

Os resultados “são o reflexo da desmistificação de muitas das coisas que eram tidas como singularidades da nossa espécie, como o uso de instrumentos ou uma complexa vida social”, explica. Agora, há evidências de que os chimpanzés, quando realizam acções complexas que requerem a utilização de instrumentos ou a coordenação de ambas as mãos, usam preferencialmente a direita.

Deste ponto de vista, pode dizer-se que compartilhamos um tipo de funcionamento cerebral semelhante e que foi sobre essa base que o ser humano construiu uma tecnologia altamente complexa e um sistema de comunicação flexível e poderoso.

Artigo: Population-level right-handedness for a coordinated bimanual task in naturalistic housed chimpanzees: replication and extension in 114 animals from Zambia and Spain

Notícia de Ciência hoje

Curso de verão na área da primatologia

Informação sobre um curso de verão na área da primatologia:

The Chimpanzee-Human Communication Institute (CHCI) is currently taking applications for our Summer Apprentice Program. Graduates, undergraduates, and post-graduates from various academic backgrounds (e.g. Anthropology, Biology, Psychology, Linguistics, Philosophy, etc.) and all nationalities are encouraged to apply. The dates of the program are June 26 to August 19, 2011.

The research at CHCI involves a group of chimpanzees who use the signs of American Sign Language (ASL). Washoe, Moja, Tatu, and Dar were part of the cross-fostering research that began in 1966 with Drs. R.A. & B.T. Gardner. Each chimpanzee was raised in an enriched environment in which his or her human family members used only ASL, much like the environment in which a deaf human child grows up. Loulis was adopted by Washoe in 1978 and learned his signs from chimpanzees. Currently, Tatu, Dar, and Loulis reside at CHCI on the campus of Central Washington University in Ellensburg, WA in a large state-of-the-art facility.


Apprentices are at the institute daily -- cleaning enclosures, preparing meals and enrichment, making observations of the chimpanzees, and participating in one or more research projects. The first week is intensive training in laboratory jobs and chimpanzee behaviors. After several weeks each apprentice becomes more autonomous and has responsibilities in research and husbandry. The philosophy of CHCI is that the needs of the chimpanzees come first. Apprentices are trained in humane care and research techniques.

The program fee is $1900 and there is a non-refundable $25 application processing fee. The costs do not include housing and transportation. Inexpensive housing is available on campus. A course in ASL is highly recommended but not required. For more information on the program and the application please see our web page at http://www.cwu.edu/~cwuchci/apprentice.html or contact Dr. Mary Lee Jensvold, CHCI, CWU, Ellensburg, WA 98926 jensvold@cwu.edu. The deadline to apply is February 18, 2011.

Reconstruindo os Puzzles do Passado: Remontagens de Pedra Lascada

A Secção de Pré-história da Associação dos Arqueólogos Portugueses vai levar a cabo, no dia 4 de Dezembro próximo (9.30h-18.00), no Museu Arqueológico do Carmo, um workshop intitulado Reconstruindo os Puzzles do Passado: Remontagens de Pedra Lascada, com coordenação científica de Francisco Almeida.

Entrada Livre.

Secção de Pré-História

Vivências e sobrevivências do passado do quotidiano"

O CIDEHUS-UÉ (Centro Interdisciplinar de História Culturas e Sociedades da Universidade de Évora) e a Câmara Municipal de Moura têm a honra de convidar V. Exa. para estar presente na segunda sessão do II Ciclo de Conferências Cultura a Sul, que terá lugar no dia 20 de Novembro de 2010, às 14h30, no Páteo dos Rolins, em Moura, a qual estará subordinada ao tema "Vivências e sobrevivências do passado do quotidiano".

segunda-feira, outubro 25, 2010

Monumentos Balneares do Noroeste Peninsular: Da Proto-história à Idade Média. Representação e Musealização

Seminário: Monumentos Balneares do Noroeste Peninsular: Da Proto-história à Idade Média. Representação e Musealização, 11, 12 e 13 de Novembro, na Fundação Cupertino de Miranda, Vila Nova de Famalicão.

O programa e inscrições encontram-se disponíveis em: http://www.vilanovadefamalicao.org/_seminario_monumentos_balneares

sábado, outubro 23, 2010

Vaga em Antropologia Biológica na SUNY Buffalo

A Universidade Estatal de Nova Iorque em Buffalo abriu concurso para preencher uma vaga de docência em Antropologia Biológica. Aqui ficam os detalhes:

State University of New York at Buffalo invites applications for a full time, tenure-track Assistant Professor position in Biological Anthropology, starting Fall 2011, pending final budgetary approval. Responsibilities include teaching an undergraduate introduction to physical anthropology and additional courses at the undergraduate and graduate levels, including courses in their area of specialization. The standard load is two courses per semester, service to the department and University (as needed), an active research program and student advisement. Since Buffalo has a large medical school and an active Graduate Program in Evolution, Ecology and Behavior, research and teaching interests that compliment those strengths would be an advantage. Demonstrated interests in evolutionary processes and human origins as they relate to climate change, disease or bio-behavioral aspects of health will fill department needs. The Department of Anthropology at SUNY Buffalo offers an integrated program of archaeology, cultural and biological anthropology at both undergraduate and graduate levels. The successful candidate should have a background in general anthropology and a strong track record of field or laboratory research, including publications. A completed Ph.D. should be in hand.
Postdoctoral experience is an advantage. Salary and benefits are competitive. SUNY at Buffalo is an Equal Opportunity Employer/Recruiter, and provides reasonable accommodation to known disabilities of applicants and employees. Women and minorities are encouraged to apply. To apply, submit application through bioanthrosearch@buffalo.edu and attach a letter of application giving qualifications, interests and experience, a one page statement of current research activities and of future research plans, a current c.v., and the names and addresses of three referees by November 1, 2010. This e-mail address replaces UBJobs.Buffalo.edu which is not currently functioning. References, when requested, should be sent by email to Biological Anthropology Search Committee, bioanthrosearch@buffalo.edu.

quarta-feira, outubro 20, 2010

Ciclo de Conferências CIAS "Advances in the study of burned bone from forensic and archaeological contexts".


Ciclo de Conferências CIAS
"Advances in the study of burned bone from forensic and archaeological contexts".

Tim Thompson
School of Science&Engineering, University of Teeside, UK.
3 de Novembro, 12h00

terça-feira, outubro 19, 2010

Análises químicas de ossos na interpretação das paleodietas das comunidades humanas

No passado dia 18 de Outubro, pelas 18 horas, teve inicio o Ciclo de Conferências no Museu Nacional de Arqueologia: Arqueologia e Antropologia…. Territórios de fronteira, com a apresentação de Cláudia Umbelino. Ciclo organizado pelo GEEvH - Departamento de Antropologia, Universidade de Coimbra, o NAP - Núcleo de Arqueologia e Paleoecologia, Departamento de História, Arqueologia e Património, Universidade do Algarve e o Museu Nacional de Arqueologia

Conferência: "Análises químicas de ossos na interpretação das paleodietas das comunidades
humanas: a sua aplicação no Mesolítico final e no Neolítico final/ Calcolítico do território português"

Oradora: Cláudia Umbelino

Resumo:

As análises químicas de ossos humanos, designadamente a análise de oligoelementos e de
isótopos estáveis de carbono e de azoto, permitem retratar as dietas das comunidades
humanas do passado de um modo bastante fidedigno. Constituem métodos de análise directos
que, coadjuvados com dados indirectos, possibilitam a caracterização de uma dieta mais
rica em alimentos de origem terrestre ou marinha, animal ou vegetal. Nesta conferência
será abordada a fundamentação teórica subjacente à aplicação destas duas técnicas,
apresentando como exemplo os resultados obtidos para os indivíduos provenientes dos concheiros mesolíticos de Muge e do Sado e de seis amostras populacionais do Neolítico final/Calcolítico do território português. Foi constatado um acentuado predomínio de alimentos marinhos na dieta das comunidades mesolíticas quando comparada com a das comunidades neolíticas/calcolíticas.