e a preto e branco (B)" width="350" height="233">
O Grupo de Neurociências Cognitivas da Universidade do Algarve conseguiu observar a importância da cor nos mecanismos cerebrais que permitem reconhecer objectos, com recurso a técnicas de imagiologia de ponta. Este estudo já foi alvo de interesse pela revista científica internacional «The Open Neuroimaging Journal».A investigação, liderada por Inês Bramão, partiu do interesse em se conseguir “perceber se o cérebro é capaz de distinguir objectos naturais (como uma rosas) de outros não naturais (um blusa) pela cor e se responde da mesma forma às duas categorias”, explica.
A investigadora afirma ao «Ciência Hoje» que “sim”, de facto “existe esta distinção” no cérebro – o que tem implicações no processo evolutivo. A cor é determinante para a identificação. As áreas do cérebro responsáveis pelo processamento visual da cor foram identificadas quando a equipa decidiu mapeou a actividade cerebral de alunos expostos a imagens de objectos a cores e a preto e branco. E concluíram, nos dois casos, que a cor estimula a mesma actividade cerebral no reconhecimento de objectos naturais – uma laranja ou uma rosa, por exemplo – bem como no reconhecimento de objectos não naturais – um martelo ou uma cadeira.
A influência da cor no reconhecimento é um tema em debate no campo das Neurociências Cognitivas. O cérebro humano está equipado com mecanismos que permitem a visão a cores, mas os benefícios funcionais desta visão ainda não são totalmente conhecidos.
“Esta discussão é importante, não só pelas vantagens que poderá trazer para conhecimento sobre a cognição visual, mas também pelas implicações que podem advir para o tratamento de doentes com lesão cerebral e perturbações no reconhecimento visual de objectos”, continua a investigadora.
Recorde-se que uma das avaliações psicológicas comuns em pessoas com este tipo de lesão é precisamente o reconhecimento de objectos. No caso de não naturais, “a cor ajuda a segregar a imagem do fundo e a extrair-lhe uma forma”, assinalou ainda e conclui que “em objectos naturais activa o significado”.
Ressonância magnética funcional
Incorporado num projecto financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, o estudo resultou da primeira experiência em ressonância magnética funcional, uma das mais recentes tecnologias de imagiologia, fruto da parceira estabelecida entre este grupo de investigação e a Clínica de Imagiologia Fernando Sancho, em Faro, para a utilização do equipamento para fins científicos.
O Grupo de Neurociências Cognitivas da Universidade do Algarve desenvolveu este estudo em parceria com os prestigiados Karolinska Institutet, na Suécia, e Donders Centre for Cognitive Neuroimaging, na Holanda. Além de Inês Bramão, estiveram envolvidos no estudo os investigadores Alexandra Reis, Luís Faísca, Karl Magnus Petersson, Christian Forkstam e os técnicos da Clínica Fernando Sancho Lambertine Tackenberg, Paulo Tinoco e Vasco Câmara Pires, director clínico.
Notícia de Ciência Hoje
Sem comentários:
Enviar um comentário