quarta-feira, dezembro 29, 2010

Geneticistas fazem novos avanços e completam base de dados mundial do genoma

Recentes análises aos genomas de uma minhoca e de uma mosca permitiram acumular novos dados que irão facilitar a compreensão do funcionamento do DNA. Quatro artigos publicados simultaneamente nas revistas «Science» e «Nature», sobre estudos que envolveram centenas de investigadores do consórcio modENCODE, desvendam informações incalculáveis sobre as duas espécies – o C. elegans (minhoca) e a D. melanogaster (mosca). Pela primeira vez, os geneticistas do mundo todo dispõem agora de uma espécie de "Pedra da Roseta" do genoma.
O material genético destes dois modelos animais já tinha sido sequenciado em 1998 e 2004, respectivamente, mas o funcionamento dos organismos permanecia desconhecido. Agora, com a utilização de tecnologia de ponta já foi possível identificar uma série de mecanismos.

O código genético é difícil de decifrar. Aliás, até o ano 2000 pensava-se que o DNA era apenas constituído por genes que codificavam a síntese de uma molécula e, tendo em conta este critério, apenas 1,5 por cento do Ácido DesoxirriboNucleico teria utilidade. Contudo, os investigadores foram percebendo que havia uma parte que desempenhava um papel chave – a “matéria negra do genoma”, cinco por cento de DNA humano.

A geometria da cadeia de DNA, chamada de cromatina e onde se enrolam proteínas no caroço das células, tem igualmente um papel importante na expressão dos genes. Aqui, o objectivo do modENCODE era conseguir explicar a função dos dois elementos: matéria negra e cromatina.

Agora, resta à equipa internacional reutilizar estas informações para decifrar o genoma humano, que é dez vezes mais longo e complexo. O objectivo ultimo será predizer a forma, o desenvolvimento, o tamanho e o funcionamento completo de um organismo tendo como base única o seu DNA – os cientistas ainda não sabem se será possível um dia, mas num futuro próximo já conseguirão “determinar que genes podem ser activados, em que condições e com que efeitos”, olhando apenas para o código genético.
Notícia de Ciência Hoje

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