sábado, fevereiro 12, 2011

Nova técnica explica evolução das serpentes

Uma nova técnica com aplicação em fósseis ajuda a perceber como é que as serpentes deixaram de ter patas. A tecnologia utiliza raio-X para fazer a reconstrução dos fósseis em três dimensões foi especialmente desenvolvida para analisar amostras planas de tamanho grande. No entanto, é a primeira vez que é usada para estudar fósseis. O estudo vem publicado no «Journal of Vertebrate Paleontology».

O grupo internacional de investigadores, liderado por Alexandra Houssaye, investigadora do Museu Nacional d'Histoire Naturelle em Paris, França, conseguiu detectar uma segunda pata graças a este método. O membro, no fóssil de uma antiga serpente – a Eupodophis descouensi –, com 95 milhões de anos e encontrado há dez anos no Líbano, não era invisível à primeira vista.
A pata tem dois centímetros de longitude e esta unida à pélvis da serpente (que devia medir uns 50 centímetros ao todo). Para o estudo, usaram um potente raio-X, e a equipa incluiu ainda cientistas do Laboratório Europeu de Radiação Síncrotron (ESRF) em Grenoble, França, além do Instituto de Tecnologia de Karlsruhe (KIT), na Alemanha.

Até à data, foram encontradas muito poucas serpentes fossilizadas que conservem ossos e patas e, por isso, os paleontólogos consideram esta a chave para estudar estes exemplares.

Alexandra Houssaye, autora principal do estudo, sublinha que este estudo é importante para entender o grau de regressão dos membros, mas não pode ser determinado apenas pela pata visível, mas também por alguns pequenos ossos.

As imagens a 3D e a alta resolução revelam que a estrutura interna das patas é muito semelhante à dos actuais lagartos terrestres. Contudo, os dados obtidos serão combinados com outras investigações que estão a decorrer, no sentido de determinar as origens das serpentes no mar e na terra.
Noticia de Ciência Hoje

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