Testes comprovaram que dedos artificiais eram utilizados como aparelhos protéticos
2011-02-14
Dois dedos grandes dos pés artificiais, um deles encontrado junto de uma múmia egípcia, podem ter sido as mais antigas próteses humanas, de acordo com investigadores da Universidade de Manchester, que testaram duas réplicas em voluntários.
As próteses, uma de madeira e pele e outra composta por uma mistura de papel maché, gesso e resto de tecidos, têm 2600 anos, pelo que os egípcios podem ter sido pioneiros na utilização deste tipo de tecnologia para indivíduos amputados, de acordo com um estudo publicado na revista "Lancet".
Ambas as próteses, preservadas no Museu Egípcio do Cairo e no British Museum, em Londres, são 300 anos anteriores àquela que até agora era considerada a mais antiga - a perna romana de bronze que datava de 300 a.C. e da qual só resta uma réplica de gesso, pois a orginal foi destruída durante os bombardeamentos da Segunda Guerra Mundial.
A equipa britânica de investigadores estudava estes objectos desde 2007, a fim de verificar se se tratava de adornos ou próteses. Depois de testes com voluntários com alguns dedos dos pés amputados, constataram que os dedos artificiais permitiram recuperar determinados movimentos e são confortáveis. "Funcionaram muito bem e produziram movimentos surpreendentes", explicou Jacky Finch, da Universidade de Manchester.
As pessoas que participaram no estudo avaliaram a eficácia das próteses num tapete rolante que calculou a pressão criada pelos passos nos dedos. Além disso foram instaladas câmaras nos laboratórios da Universidade Salford (Reino Unido), onde decorreram os testes, que forneceram informações sobre a marcha dos voluntários amputados e a sua adaptação às próteses.
"Os meus resultados dão grandes provas de que estes dois modelos foram capazes de funcionar como substitutos para o dedo amputado e, assim, podem ser classificados como aparelhos protéticos. Se for esse o caso, podemos considerar que os primeiros trabalhos neste ramo da medicina devem ser 'colocados nos pés' dos antigos egípcios", concluiu a especialista britânica.
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