quarta-feira, janeiro 05, 2011

Amígdala cerebelosa está associada à capacidade dos indivíduos socializarem

2010-12-29

Cientistas americanos dizem ter encontrado uma associação entre a sociabilidade de um indivíduo e o tamanho da amígdala cerebelosa, uma pequena massa de núcleos de forma amendoada situada no interior dos lóbulos temporais do cérebro.

O estudo, feito por investigadores do Hospital Geral Massachusetts e da Universidade Northeastern, em Boston, e publicado na revista científica «Nature Neuroscience» confirma resultados de trabalhos anteriores que mostravam que alguns primatas vivem em grupos sociais maiores quando têm amígdalas maiores. "Sabemos que primatas que vivem em grupos sociais maiores têm uma amígdala maior, mesmo quando se tem em conta o tamanho total do cérebro e do corpo", disse Lisa Feldman Barrett, que liderou o estudo.

Nesta investigação foi considerada a espécie humana, sendo que o volume da amígdala voltou a correlacionar-se positivamente com o tamanho e complexidade de redes sociais em humanos adultos.
Os investigadores também analisaram outras estruturas sub-corticais dentro do cérebro e não encontraram evidências de um relacionamento similar entre essas estruturas e a vida social de humanos. Também não foram feitas associações entre o volume da amígdala e outras variáveis sociais na vida de humanos, como índices de satisfação social, por exemplo.

"A associação entre o tamanho da amígdala e o tamanho e complexidade da rede social foi observada tanto em indivíduos mais velhos como mais novos, homens e mulheres", referiu Bradford Dickerson, da Escola Médica Harvard, em Cambridge, outro cientista que participou no estudo.

Para realizar esta investigação, os investigadores contaram com a colaboração de 58 voluntários que responderam a perguntas sobre o tamanho e a complexidade das suas redes sociais. As questões referiam-se ao número total de contactos sociais regulares que cada participante mantinha, assim como o número de grupos diferentes a que esses contactos pertenciam.

Os participantes, com idades entre 19 e 83 anos, também foram submetidos a exames de ressonância magnética para que os cientistas pudessem obter informações sobre uma série de estruturas presentes no cérebro, incluindo o volume da amígdala cerebelosa.

Barrett disse que os resultados do estudo são consistentes com a "hipótese do cérebro social", uma teoria segundo a qual a amígdala humana teria evoluído em parte para permitir que o homem lidasse com uma vida social cada vez mais complexa.

"Mais investigações estão a ser feitas para tentar estabelecer de que forma a amígdala e outras regiões do cérebro estão envolvidas no comportamento social de humanos", sublinhou, acrescentando que os cientistas também estão a tentar entender como anormalidades nessas regiões do cérebro podem prejudicar o comportamento social em distúrbios neurológicos e psiquiátricos.

Noticia de Ciência Hoje

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