Ao contrário do que se pensa confiar nos outros nem sempre é sinal de ingenuidade. Segundo um estudo do Social Psychological and Personality Science, a atitude de confiança no próximo pode até significar inteligência.
Os investigadores pediram aos voluntários do estudo para assistirem a entrevistas de emprego gravadas de alunos do segundo ano do MBA (Master in Bussiness Administration).
Os entrevistados tinham de fazer o melhor possível para conseguir o trabalho. Metade dos voluntários foi completamente verdadeira e a outra metade mentiu, pelo menos três vezes significantes, para parecerem mais atractivos e conseguirem o objectivo.
Todos os voluntários recebiam vinte dólares por aceitarem gravar as entrevistas. Recebiam mais vinte dólares, tanto os que mentiram como os que foram verdadeiros, se um suposto “especialista em detectar mentiras” visse a gravação e acreditasse que tudo o que tinha sido dito fosse verdade.
Alguns dias depois, os participantes viram as gravações e preencheram questionários que mediam a confiança nas outras pessoas. Eram feitas perguntas como: “A maioria das pessoas são honestas”, “A grande parte das pessoas são bem-humoradas e gentis”. Posteriormente, eram confrontados com os vídeos e mediam a veracidade e honestidade da entrevista.
Honestos detectam mentirosos
Os indivíduos que mais confiavam nos outros foram os mais precisos a detectar os mentirosos − quanto mais as pessoas mostram confiança nos outros, melhor conseguem distinguir uma mentira de uma verdade.
Contrariamente ao estereótipo, os mais desconfiados do próximo eram os que tinham mais propensão a contratar as pessoas que mentiram e tinham mais dificuldades em aceitar que eram mentirosos.
“Apesar de as pessoas pensarem que os mais desconfiados são melhores detectores de mentiras do que os ingénuos, estes resultados sugerem que o inverso é verdadeiro”, afirmam os co-autores Nancy Carter e Mark Weber, da Rotman School of Management da Universidade de Toronto.
“Os que mais confiam nas pessoas são os que melhor detectam mentiras, são também os que formam melhores impressões e intenções de contrato ao fim de uma entrevista de emprego”, concluem.
Notícia retirada de Ciência Hoje
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em ciência, no Público.
Há 12 anos
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