quarta-feira, março 30, 2011

curso sobre La conservación y Restauración de yacimientos y materiales paleontológicos

Hora: abril 27, 2011 hasta abril 29, 2011
Ubicación: Escuela de Patrimonio Histórico de Nájera
Población: Nájera (La Rioja)
Página Web o mapa: http://www.mcu.es/patrimonio/…
Teléfono: Rocío Salas rocio.salas@mcu.es 941 410 576
Tipo de evento: curso, conservación, restauración, paleontología
Organizado por: Instituto del Patrimonio Cultural Español


Informações: http://amigosdeatapuerca.es/events/event/show?id=3434231%3AEvent%3A8549&xg_source=facebook

terça-feira, março 29, 2011

Machados de pedra com mais de um milhão de anos encontrados na Índia

Datação é a mais antiga daquela zona e pode ajudar a perceber as migrações dos nossos antepassados
2011-03-25

Bifaces da cultura acheulense com mais de um milhão de anos foram descobertos no sudeste da Índia. Estas são as ferramentas mais antigas encontradas até agora no sul da Ásia. As descobertas providenciam mais dados para se perceber a diáspora dos antigos hominídeos.

Shanti Pappu, o arqueólogo indiano responsável pelos trabalhos, explica que foram localizados mais de 3500 artefactos a sete metros de profundidade em Attiramapakkam, um dos sítios arqueológicos mais ricos do paleolítico (situado no estado de Tamil Nadu), descoberto em 1863 pelo geólogo britânico Robert Bruce Foote. O estudo está publicado na «Science».
Para datarem os artefactos, os investigadores fizeram medições electromagnéticas aos sedimentos que os cobriam. Percebeu-se então que os objectos tinham sido ali deixados antes da última inversão geomagnética. Juntamente com medições de isótopos de berílio e alumínio foram capazes de datar os objectos entre um milhão e 1,7 milhões de anos.

Os bifaces mais antigos encontrados fora de África encontram-se em Israel (Ubeidiya) e têm 1,4 milhões de anos. Os outros estão na China (800 mil anos) e no Paquistão (500 mil anos). Os investigadores consideram, à luz desta descoberta, que os objectos encontrados anteriormente no sul da Ásia deviam ser datados novamente.

A comunidade científica encontra-se dividida quanto à interpretação deste conjunto lítico. Citado pelo jornal espanhol «El Mundo», o arqueólogo inglês Robin Donnell, da Universidade de Sheffield, diz que o achado significa que esta tecnologia se estendeu pelo sul da Ásia centenas de milhares de anos antes do que pelo Levante e a Europa, onde este tipo de indústria tem apenas 500 mil anos.

Manuel Domínguez-Rodrigo, que investiga na Garganta de Olduvai, na Tanzânia, onde se encontra a tecnologia acheulense e a olduvaiense, lembra que o sistema de datação utilizado pode não ser totalmente fiável.

Para José María Bermúdez de Castro, director do centro espanhol do de Investigação e Evolução Humana, estes achados têm muita importância, pois pensa-se que terá sido pela Índia que os antigos hominídeos (homo erectus) traçaram a sua rota migratória até à Indonésia. Existe também a possibilidade de que esta tecnologia tenha surgido em paralelo neste período em várias zonas do planeta.

Artigo: Early Pleistocene Presence of Acheulian Hominins in South India
Notícia de Ciência Hoje

Divulgação de evento CIAS - Temas actuais de investigação‏

segunda-feira, março 28, 2011

Lascaux em 3D


No site http://www.lascaux.culture.fr/#/fr/02_00.xml pode-se observar as pinturas rupestres de Lascaux em três dimensões.

XIV Semináro Internacional de Arte Pré-Histórica‏

sábado, março 26, 2011

Côa


Na página electrónica http://www.arte-coa.pt/ pode-se obter informações sobre o Côa.

terça-feira, março 22, 2011

Video: Stephen Jay Gould on evolution and its teaching

http://www.youtube.com/watch?v=kcHUrh6WSI4

domingo, março 20, 2011

Video: entrevista a Richard Dawkins

http://www.youtube.com/watch?v=Wfe4IUB9NTk

sexta-feira, março 18, 2011

6º CAB – Curso de Arqueotanatologia e Bioarqueologia

Arqueotanatologia PRÉ-HISTÓRICA em contexto de salvamento

15 e 16 de Abril 2011

Departamento de Ciências da Vida (Antropologia)

Dryas Octopetala

Objectivos:

Oferecer aos profissionais e estudantes de Arqueologia e Antropologia um contacto com os princípios da Arqueotanatologia, através de um quadro teórico coerente, experiências de projectos pluridisciplinares e uma reflexão partilhada sobre a problemática global do registo arqueográfico osteológico humano, dado particular relevo a contextos pré-históricos.

Duração:

16 horas

Matrícula:

Estudantes: 80€

Profissionais: 100€

Coordenação Científica:

Maria Teresa Ferreira

Maria João Neves

Eugénia Cunha

Destinatários:

Estudantes e profissionais de Arqueologia e Antropologia e outras Arqueociências

Programa:

6ªf; 15 de Abril de 2011

09h00 – 09h15
Entrega de documentação

09h15 – 09h30

Abertura e apresentação do 6ºCAB

09h30 – 10h00

Problemas específicos da intervenção arqueológica sobre sepulcros colectivos pré-históricos em contexto de salvamento

Miguel Almeida

10h00 – 10h45

Show me your bones and I will tell you who you are (?)

Eugénia Cunha

11h15 – 12h00

Sepulcros da região de Lisboa durante o Neolítico: abordagens possíveis de recuperação de colecções ósseas antigas

Rui Boaventura

12h00 – 12h45

Dos ossos aos indivíduos

Ana Maria Silva

14h30 – 15h30

Tafonomia e Arqueotanatologia

Maria Teresa Ferreira

15h30 – 16h30

Metodologia de recuperação dos vestígios osteológicos

Maria João Neves

17h00 – 17h45

Paleopatologia dentária: potencialidades e limitações

Sofia Wasterlain

17h45 – 18h30

Estado da arte das tarefas de documentação arqueográfica em contextos sepulcrais: laserscanners e outros gadjets

Miguel Almeida e Mónica Corga



Sáb; 16 de Abril de 2011

09h00 – 13h00

Aula Prática

Miguel Almeida, Maria Teresa Ferreira, Maria João Neves, Ana Maria Silva

14h30 – 15h30

Processos de Decomposição

João Pinheiro

15h30 – 16h15

As tumulações colectivas do 4.º/3.º milénio a.n.e. e a emergência dos estados prístinos no Sudoeste peninsular

Rui Parreira

17h15 – 18h30

Da História à Pré-história: a adaptação do protocolo Dryas / Styx / DCV a contextos sepulcrais complexos

Maria João Neves e Catarina Mendes

As pré-inscrições devem fazer-se através do e-mail: cursos@dryas.pt

domingo, março 13, 2011

Engenharia Genética poderá trazer avanços sobre origem da linguagem humana

2011-03-11

Investigadores japoneses descobriram que é possível modificar geneticamente ratos para pô-los a cantar. Ou seja, os animais emitiam sons e chamas ultra-sónicas muito semelhantes ao chilreio dos pássaros.

A equipa de cientistas teve algumas dúvidas sobre a origem das músicas, não sabendo se eram inatas para os roedores ou aprendidas. A grande questão que se colocou é o facto de apesar existirem várias espécies preparadas para a vocalização, são muito poucas as que estão preparadas para a aprenderem, como os seres humanos, por exemplo. Dois estudos publicados na revista online PLoS ONE tiram conclusões opostas.
Os ratos cantores são parte de um projecto de Engenharia Genética – o «Evolved Mouse Project» (EMP) – desenvolvido na Universidade de Osaka. Para o estudo, são utilizados roedores geneticamente modificados propensos a mutações.

Um dos animais desenvolveu mesmo a capacidade de cantar como um pássaro. A equipa considera que pode ter sido herdada e passada de geração em geração e agora atribuída a vários exemplares.

Os sons são empregues de forma social entre eles, quando se emparelham, por exemplo, entre outras circunstâncias. Contudo, os resultados não desvendam se essa capacidade é inata em cada ratinho recém-nascido ou se é aprendida, de outros mais velhos. “As mutações são consequências da evolução”, referiu o líder do estudo Arikuni Uchimura.

O laboratório, dirigido por Takeshi Yagi, na Universidade de Osaka, tem agora mais de cem “ratos cantores” para posteriores investigações. Os animais geneticamente modificados têm sido cruzados durante diferentes gerações “para ver o que acontece”, explicou a equipa. Os investigadores esperam que forneçam pistas sobre a evolução da linguagem humana, assim como cientistas de outros países estudam canoras, tal como tentilhões, para ajudá-los entender as origens de linguagem humana.

Contradições

No entanto, os investigadores do segundo estudo – uma colaboração entre a Universidade Azabu e outras instituições japonesas – acreditam que os resultados obtidos sejam fruto da genética. Chegaram mesmo a comparar duas espécies diferentes, com padrões e vocalizações distintas, ainda em bebés e deixaram-nos crescer com pais não biológicos que cantassem como os seus progenitores. No final, os pequenos roedores cantavam tal como os seus pais genéticos.

Para os primeiros autores, a complexidade das canções sugere, que com o tempo, os animais sejam capazes de as aprender, embora admitam outros factores, como o desenvolvimento neuromuscular.
Notícia de Ciência Hoje

sexta-feira, março 11, 2011

Pénis do Homem perdeu espinhas ao longo da evolução

O pénis do Homem ficou sem espinhas graças a uma perda de sequências de DNA ao longo da sua evolução, segundo concluiu um estudo hoje publicado na revista «Nature». Estas alterações poderão ter favorecido a formação de casais monogâmicos e o surgimento de estruturas sociais complexas, permitindo criar os bebés humanos.

A equipa de Gill Berejano, da Universidade norte-americana de Stanford, identificou 510 sequências de DNA ausentes no Homem – que se perdeu com a evolução –, mas que permanecem nos chimpanzés e noutras espécies. Este servia para controlar, fundamentalmente, “genes envolvidos nos sinais hormonais e nas funções do cérebro”.
Segundo os investigadores, isto levou à perda de umas pequenas espinhas de queratina no pénis, presentes noutros mamíferos. “A morfologia simplificada do pénis” no Homem teria favorecido “estratégias de reprodução entre os primatas”, revelam os cientistas na revista britânica.

Uma outra sequência de DNA que não existe no Homem situa-se próximo de um gene supressor de tumores que impedia o crescimento de neurónios numa região específica do cérebro. A ausência desta sequência faz diminuir a actividade deste gene e levou a que o Homem tivesse um cérebro maior.

”Antes de procurar diferenças entre espécies sobre genes específicos, perguntamo-nos: Existem elementos genéticos funcionais conservados nos chimpanzés que faltem completamente ao Homem?”, questiona a equipa de Gill Bejerano, num comunicado sobre o estudo hoje divulgado. Grande parte das sequências de ADN analisadas já se encontrava ausente do genoma do homem de Neandertal, o que indica que estas supressões ocorreram há mais de 500 mil anos.
Notícia de Ciência Hoje

O homem visto pelo ADN. A evolução tirou-nos os bigodes sensoriais e deu-nos cérebros grandes

Se sempre achou que o homem havia de ter mais qualquer coisinha do que um chimpanzé para ter chegado onde chegou - passem-se as interrogações próprias das crises que vamos vivendo - está enganado. Um estudo publicado ontem na revista "Nature" dá a resposta mais pormenorizada dos últimos anos e, à luz dos avanços da genética, sobre o que faz de nós humanos. Investigadores da Universidade de Stanford, nos EUA, defendem que a resposta não parece estar no que temos a mais, mas no que não temos. Uma primeira análise comparativa entre o genoma humano, o dos chimpanzés e o dos ratinhos revelou 510 segmentos de ADN que só já não existem no homem (entenda-se que também já não existiam nos Neandertais, há 500 mil anos). Os investigadores conseguiram associar as diferenças a atributos bem humanos, como cérebros grandes, e à perda de outros considerados mais primários, como os pénis espinhosos e os bigodes sensoriais. A investigação mostra que os genes, que partilhamos com animais tão diferentes como a mosca ou o chimpanzé, não parecem ser a chave das diferenças evolutivas mas sim as chamadas zonas regulatórias do ADN, que ditam quando e como é que os genes são codificados. Hoje sabe-se que os genes, que nos humanos são entre 20 mil e 25 mil, representam apenas 2% do genoma, o manual de instruções de um organismo. Ou seja, o segredo pode não estar nos ingredientes mas nos passos que a evolução foi retirando à receita da vida.

O trabalho publicado na "Nature" é a ponta do icebergue daquilo que se adivinha sobre as futuras lições do genoma. Dez anos depois de o genoma humano ter sido sequenciado por 3 mil milhões de dólares (e ter dado trabalho durante uma década), hoje a tecnologia já permite análises por 10 mil dólares e em poucos meses. José Pereira Leal, investigador do Instituto Gulbenkian da Ciência, em Oeiras, explicou ao i que a descoberta, embora remeta para explicações preliminares sobre o que diferencia os humanos de outros animais, vem reforçar uma tese que no início dos anos 90 suscitou alguma surpresa entre os cientistas. "Quando começámos a estudar o genoma achámos que teríamos 100 mil genes. No final dos anos 90, quando vimos que tínhamos pouco mais genes do que uma mosca, começaram a surgir dúvidas sobre o que levaria à formação de diferentes tecidos e à diferenciação entre espécies. A última moda tornou-se não perceber os genes mas porque é que os usamos como os usamos, e a explicação parece estar nos segmentos regulatórios do ADN."

Genes repórteres A conclusão dos investigadores de Stanford pode parecer pouco óbvia, diz o co-autor do trabalho Philip Reno, mas não foi uma surpresa perante os mecanismos evolutivos já conhecidos na natureza. "A supressão de sequências de ADN pode ser considerada uma forma de mutação, como uma mudança na ordem das letras do código genético", explica.

"É possível que algumas supressões tenham acontecido em segmentos que já não eram necessários. Contudo, uma vez que se mantiveram em ratinhos, macacos e chimpanzés e a maioria parece continuar a ser funcional passados milhões de anos, propomos que muitas tenham ocorrido para alterar a forma como os genes são regulados e assim produzir algumas características físicas que nos fazem humanos." A investigação utilizou um método de manipulação laboratorial que utiliza genes repórteres, que activam um marcador azul quando são utilizadas determinadas instruções. Os investigadores puderam assim verificar em embriões de ratinhos qual o papel das sequências suprimidas nos humanos. Destacam para já duas grandes descobertas, embora ainda haja trabalho pela frente. Uma das sequências foi associada ao gene que codifica o receptor de androgénio, associado a características específicas dos machos como ter barba. Apesar de os humanos manterem este atributo, perderam outros agora associados a um dos 510 segmentos suprimidos: os bigodes sensoriais ou a genitália com espinhos, presente em primatas não humanos ou nos gatos. A perda dos espinhos nos humanos já tinha sido associada a relações sexuais mais prolongadas e não ao contexto de competição de outros primatas, bem como à evolução da monogamia. A outra grande descoberta foi a de uma sequência que parece regular a actividade do gene GADD45g, que nos ratinhos restringe o crescimento celular numa camada do cérebro e que parece explicar a evolução da inteligência humana. Pelo menos em parte, reflectem, uma vez que os traços serão demasiado complexos para serem explicados numa simples correlação.
Para os investigadores, esta linha de investigação pode vir a explicar não só diferenças fisiológicas e anatómicas mas também a susceptibilidade a doenças como artrite, cancro, sida, ou doenças neurodegenerativas como Alzheimer e Parkinson.
Para Pereira Leal, pode ainda fazer-se outras leituras. "Temos a ideia de que somos seres mais complicados quando parece que estamos a perder instruções."
Notícia de i

quarta-feira, março 09, 2011

Eventos do CIAS - Temas actuais de investigação


É com prazer que informamos que no próximo dia 14 de Fevereiro, pelas 16.00h, realiza-se a segunda edição dos "Eventos do CIAS - Temas actuais de investigação" onde se pretende dar a conhecer os seguintes trabalhos realizados por investigadores/grupos de investigação do CIAS:

- "Evolução da obesidade infantil em Portugal de 2002 a 2009: efeitos de factores sociais e ambientais", Cristina Padez
- "Variabilidade do cromossoma Y em populações do litoral ocidental Português: uma pesquisa da herança genética das migrações Fenícias", Licínio Manco
- "Os arquivos clínicos e a pesquisa paleopatológica: o exemplo do Sanatório Carlos Vasconcelos Porto", Vítor Matos

Em anexo segue o respectivo cartaz. Esperamos contar com a sua presença e agradecemos igualmente colaboração na divulgação nesta iniciativa.


Pela organização,

Vítor Matos

domingo, março 06, 2011

Monumentos funerários descobertos nos Açores

5 MARÇO 2011 (CM)

Dezenas de hipogeus (estruturas escavadas na rocha usadas no Mediterrâneo como sepulturas) foram descobertos nas ilhas do Corvo e da Terceira, Açores. Estes monumentos poderão ter dois mil anos, o que poderá indicar a presença de outros povos nas ilhas anterior à dos portugueses..


Segundo o presidente da Associação Portuguesa de Investigação Arqueológica (APIA), Nuno Ribeiro, existem dezenas de hipogeus no Corvo, estando todos à vista. Aparentemente, tratam-se de monumentos muito antigos, situados em zonas onde não houve agricultura.Na Terceira surgiram vários vestígios das estruturas em causa. No entanto, não houve quaisquer trabalhos arqueológicos no local. Há também indicações de que possam existir hipogeus na ilha das Flores.Os monumentos em causa foram encontrados nestes dois locais durante um passeio que o arqueólogo Nuno Ribeiro efectuou em Agosto de 2010.O presidente da APIA admite que as estruturas possam ter mais de dois mil anos, mas salientou que a datação dos mesmos "terá de ser fundamentada e averiguada".O arqueólogo acrescentou a importância destes monumentos, observando que, a comprovar-se a antiguidade dos hipogeus, "é possível que a ocupação das ilhas tenha sido anterior à presença portuguesa".
Notícia de Sábado

sábado, março 05, 2011

Ciclo Territórios de Fronteira






Decorreu no dia 3 de Março às 17 horas o ciclo Territórios de Fronteira co-organizado pelo Grupo de Estudos em Evolução Humana (GEEVH), pelo Museu Nacional de Arqueologia (MNA) e pelo Núcleo de Arqueologia e Paleoecologia da Universidade do Algarve (NAP).

O ciclo incluiu as palestras de Catarina Tente (Docente na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa) com As comunidades camponesas alto-medievais na bacia do Alto-Mondego; João Tereso (Doutorando em Biologia na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto) com A agricultura Romana no Norte de Portugal: o contributo de novos estudos de arqueobotânica; e Cleia Detry (pós-doutoranda no Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa - UNIARQ)com A alimentação de Cristãos e Muçulmanos no Castelo de Palmela: uma perspectiva zooarqueológica.

sexta-feira, março 04, 2011

Dentes de cavalos confirmam a hipótese evolutiva de Darwin

Os resultados de análises morfológicas realizadas a mais de 6500 dentes fósseis de cavalos selvagens, alguns com mais de 55 milhões de anos, confirmam a hipótese evolutiva da selecção natural de Darwin.

Também o processo de adaptação de hábitos alimentares a novos ambientes provocados pelas alterações climáticas foi confirmado através do estudo publicado na revista Science, que resulta da colaboração do Instituto Catalão de Paleoecologia Humana e Evolução Social (IPHES), em conjunto com duas equipas norte-americanas.

«Os dentes fósseis mais modernos analisados neste estudo têm 10 mil anos, a época mais recente onde se mantêm restos molares dos primeiros cavalos selvagens, antes da sua extinção, junto com outros grandes animais como os mamutes, coincidem com o período glacial», explicou um dos responsáveis pelo estudo, Florent Rivals investigador do IPHES.

A investigação que analisa o desgaste de molares fósseis desde há 55 milhões de anos até 10 mil anos, inclui registos de toda a sequência evolutiva do dente de cavalo selvagem.

Os dentes de cavalos selvagens analisados correspondem a 222 terras distintas e a grupos de diferentes zonas geográficas, procedentes na sua maioria das planícies do oeste dos Estados Unidos, e a mais de 70 espécies destes animais extintas.

Os últimos cavalos selvagens originários das planícies norte-americanas, que foram extintos nos Estados Unidos há aproximadamente 10 mil anos após o último período glacial, eram dotados naquela época com dentes muito mais arredondados e desgastados do que o cavalo atual.

As primeiras populações de cavalos viviam na selva tropical com muito calor e alimentavam-se de frutas, portanto os dentes eram afiados e pouco desgastados.

Segundo Rivals, um dos grandes marcos da transformação dental equestre produziu-se há 20 milhões de anos, após uma alteração climática que fez com que a pradaria de gramíneas (família de plantas) proliferasse na América do Norte.

Estas plantas foram ganhando o terreno em extensão das grandes árvores e arbustos de épocas anteriores, que se caracterizavam por conter partículas minerais abrasivas que desgastavam as pontas dos dentes.

Há 40 milhões de anos, os dentes dos cavalos também sofreram um forte desgaste, com a alteração do clima que fez com que passassem da selva tropical a bosques temperados, que fizeram com que a alimentação dos cavalos fosse à base de fruta e vegetação menos mole.

Os investigadores comprovaram que as modificações dos dentes não são imediatas, demoram pelo menos um milhão de anos para afiarem depois de um episódio de alteração climática, o que se traduz numas 100 mil gerações.

Notícia de Lusa/SOL

Nova reconstrução de Ötzi – o «homem do gelo»

Obra será apresentada amanhã na inauguração de «Ötzi 20», no Museu de Arqueologia Tirol do Sul, Itália
2011-02-28

A mais recente reconstrução de Ötzi, o «homem do gelo» com 5300 anos encontrado 1991, nos Alpes de Ötztal (fronteira entre Áustria e Itália), mostra um homem de traços envelhecidos, longa barba e olhos castanhos escuros. Este trabalho foi realizado por especialistas holandeses e fundamenta-se em 20 anos de investigações.

Esta não é a primeira reconstrução da face de Ötzi, mas os seus autores Alfons e Adrie Kennis acreditam ser a mais correcta. Foi utilizada a mais recente tecnologia forense, imagens a três dimensões da múmia, imagens a infravermelhos e tomografias.
À data da sua morte, Ötzi teria aproximadamente 45 anos. Este homem de 1,60 metros, que seria caçador, morreu devido a um ferimento de flecha, a 3210 metros de altitude. Contrariando reconstruções anteriores, que apresentavam um Ötzi com uma cara robusta e olhos azuis, aqui, o caçador tem rugas profundas, bochechas afundadas e olhos castanhos.

Esta reconstrução será apresentada publicamente amanhã na inauguração da exposição intitulada «Ötzi 20», no Museu de Arqueologia Tirol do Sul, Bolzano, Itália (onde se encontra a múmia). A mostra, que comemora o 20º aniversário da descoberta do corpo, quer apresentar uma imagem contextualizada e integrada da descoberta deste «homem do gelo».

A exposição vai ocupar quatro pisos do museu, cada um dedicado a um aspecto deste tema: vida, ciência ficção e realidade. O conjunto pretende esclarecer todos os aspectos da descoberta de Ötzi, desde as circunstâncias da sua vida, passando pelos resultados das investigações e mesmo os mitos criados à sua volta.
Notícia de Ciência Hoje

Planeta caminha para nova extinção em massa

Seres vivos actuais não enfrentam fenómeno tão catastrófico como dinossauros
2011-03-03

Um estudo, publicado ontem na revista científica «Nature», alerta para o facto de podermos estar a caminhar para uma nova extinção em massa. No entanto, ressalva que os seres vivos actuais não enfrentam um fenómeno tão catastrófico como o dos dinossauros.

Chamada de «Sexta Extinção» devido às «Big Five», como são conhecidas as cinco grandes extinções da história do planeta que exterminaram três quartos das espécies do planeta. A investigação, coordenado por Anthony Barnosky, da Universidade da Califórnia em Berkeley, calcula que, nos últimos 500 anos, perderam-se "apenas" entre um e dois por cento dos seres vivos modernos.
Contudo, a análise de fósseis de seres vivos sugere que, no máximo, duas espécies do grupo desapareciam a cada milhão de anos – antes da civilização humana. O estudo deixa, apesar de tudo, bem claro que existe incertezas nas contagens. Por exemplo, as espécies de mamíferos ‘abatidas’, do ano de 1500 até agora, foram 80 – o que é considerado uma aceleração brutal.

Por outro lado, estima-se que, em cada espécie conhecida hoje, há pelo menos duas que ainda não foram descobertas. Entre a minoria já baptizada pelos cientistas, menos de três por cento passaram por uma avaliação formal no “‘status’ de conservação", ou seja, não se sabe se estão ameaçadas ou mesmo extintas.

Os investigadores avançam que é difícil avaliar com precisão a presença de espécies separadas com base em estudos fósseis; é possível que um leão e um tigre, por exemplo, pareçam idênticos em restos fossilizados.

Barnosky e a sua equipa usaram métodos estatísticos e refere que as taxas actuais parecem fora de qualquer escala normal. Mas, uma catástrofe semelhante às «Big Five» não deve acontecer até o fim deste século.

Se todas as espécies hoje ameaçadas de extinção desaparecerem no próximo século e se a tendência continuasse, esse nível seria alcançado em uns 300 anos, diz o estudo. Não será tão rápida quanto foi a extinção dos dinossauros, mas seria bastante célere do ponto de vista histórico.
Notícia de Ciência Hoje

Peixe, marisco e gansos eram o menu nas ilhas Channel, Califórnia, há 12000 anos

03.03.2011 - 20:53 Por Nicolau Ferreira (Notícia publicada no Público)

Esqueçam os bisontes e as planícies norte-americanas dos índios. As pessoas que viviam há 12000 anos nas ilhas Channel, perto da cidade de Santa Bárbara, na costa da Califórnia, alimentavam-se da fauna marítima e das aves que pousavam ali. Uma equipa de arqueólogos encontrou três locais com restos da fauna e com pontas de sílex utilizadas para caçar na terra e no mar. O fabrico não é conhecido na famosa cultura Clóvis, que se pensa ser responsável pela invasão humana do continente Americano. O estudo foi publicado na edição da revista Science.
Há 12000 anos as Channel era diferente. O grupo de quatro ilhas do Norte do arquipélago, a algumas dezenas de quilómetros da costa da Califórnia, fazia um único pedaço de terra mais largo. O nível médio do mar era entre 50 e 60 metros mais baixo devido aos glaciares da última glaciação ainda não terem descongelado. As pequenas aldeias junto da costa alimentavam-se de gansos, corvos, albatrozes, mamíferos marinhos, peixes, mexilhões, caracóis marinhos e gastrópodes.

Mas a população viajava até ao interior da ilha onde obtinha água doce, abrigo e rochas utilizadas na construção de lâminas de caça. Foi provavelmente por isso que a equipa de Jon Erlandson, arqueólogo e director do Museu de História Natural e Cultural da Universidade de Oregon, encontrou três locais com ossos, conchas e pequenas pontas líticas feitas de sílex com formas diferentes.

A descoberta “está entre as mais antigas provas de navegação e de adaptação marítima nas Américas, e representa outra extensão da diversidade de economias na Paleoamérica”, disse em comunicado Erlandson. “As pontas que estamos a encontrar são extraordinárias, o trabalho de artesão é incrível. São ultra-finas, serradas. É uma tecnologia de pedra lascada muito sofisticada”, acrescentou.

Um dos locais foi encontrado na costa da ilha de Santa Rosa, os outros dois locais na costa da ilha de São Miguel. Na altura, os sítios estavam afastados da costa da grande ilha a vários quilómetros. Os ossos e objectos encontrados têm uma datação entre cerca de 12200 e 11200 anos.

Já se tinham encontrado vestígios arqueológicos nas ilhas, mas eram mais recentes e mostram um contexto diferente. “O que é interessante é que isto está a acontecer há 12000 anos, e quando olhamos para o que se passa mais tarde, há cerca de 10000 anos, a população alimenta-se quase só de marisco”, e com uma tecnologia muito menos distinta, disse ao podcast da Science Torben Rick, autor do estudo, do Instituto Smithsonian.

Segundo os autores, as pontas de sílex tinham formas diferentes e serviam para caçar aves e animais marinhos. Os cientistas pensam que as espécies marinhas encontradas estavam associadas às grandes florestas marítimas das algas laminárias.

Os arqueólogos não encontram ligação entre esta tecnologia e as pontas de sílex da cultura Clóvis, que se pensa ter colonizado a América há mais de 13000 anos, vindos do Alasca, pelo interior do continente. Encontram mais parecenças com material mais antigo do Sudeste asiático e da América do Sul. O que apoia outra teoria da colonização da América, proposta por Erlandson, que diz que esta aconteceu há mais de 14000 anos, por grupos vindos pela costa.

IV Congress of the European Federation for Primatology

Dia 4 de Setembro às 14h00 até dia 17 Setembro às 23h00.
Localização: Fórum Romeu Correia, Almada
Mais informações em:
http://apprimatologia.com/Actividades/CEP2011.aspx

quinta-feira, março 03, 2011

Desvendado "segredo" do banho de urina do macaco-capuchinho

Investigadores dizem que é uma táctica para atrair as fêmeas
2011-02-28

Há vários símios que têm por hábito urinar na palma da mão e, de seguida, esfregar a urina em algumas partes do corpo. Este comportamento intrigava os cientistas, que entre outras possibilidades, justificavam-no como uma forma de manter a temperatura do corpo ou uma identificação a partir do cheiro.

Contudo, um novo estudo publicado na "American Journal of Primatology" apresenta outra hipótese, dizendo que os macacos-capuchinho esfregam urina na pele para mostrar às fêmeas que estão disponíveis e atraí-las, visto que os cérebros delas ficam mais activos quando sentem o cheiro de urina de machos sexualmente maduros.

Trata-se de uma descoberta que surpreendeu os investigadores visto que esta espécie, oriunda da América Central e do Sul, não é conhecida por comunicar através do olfacto.
"Como as fêmeas de macacos-capuchinho solicitam mais activamente os machos quando estão férteis, concluímos que o banho de urina dos machos fornece a informação química que precisam a respeito do seu estado sexual ou social", referiu a primatóloga Kimberley Philips, da Trinity University, em San Antonio (EUA).

De acordo com a especialista, a investigação demonstra que, quando solicitados pela fêmea, os adultos do sexo masculino aumentam os banhos de urina.

Neste trabalho, Kimberley Philips e a sua equipa recorreram a scanners de ressonância magnética que registaram a reacção do cérebro das fêmeas e as modificações que sofriam após sentirem o odor da urina dos machos adultos e mais jovens.

Como os machos adultos são sexualmente maduros, eles expelem uma maior concentração de testosterona na sua urina. A concentração desta hormona também está ligada ao status social do animal, na medida em que machos com status mais elevado tendem a produzir mais testosterona.
Notícia de Ciência Hoje

Estudo indica que meteoritos desencadearam a vida na Terra

2011-03-01

Perceber como surgiu a vida na Terra sempre intrigou os cientistas, que ao longo do tempo desenvolveram várias teorias, sem alguma vez terem comprovado alguma. Uma das mais conhecidas é a do químico sueco Svante August Arrhenius, segundo a qual a vida está espalhada pelo universo e chegou ao nosso planeta em forma bacteriana num meteorito, que serviu como "semente" para que se desenvolvessem os organismos hoje existentes.

Outra das hipóteses diz que os meteoritos não trouxeram a vida, mas os elementos e moléculas necessários para o seu aparecimento, uma teoria que é agora reforçada com uma nova investigação publicada na revista "Proceedings of National Academy of Sciences".

Trata-se de um trabalho que traz importantes dados de apoio a esta possibilidade de que as moléculas precursoras da vida na Terra têm uma origem extraterrestre.
Uma equipa de investigadores da Universidade do Estado do Arizona, nos Estados Unidos, liderada por Sandra Pizzarello, estudou um meteorito que continha materiais orgânicos pertencentes ao grupo dos nunataks (picos rochosos expostos em áreas completamente geladas) da Antárctida. Os cientistas pretendiam comprovar se o complexo material que forma o asteróide continha algum traço da evolução da vida terrestre.

Para isso reproduziram as condições ambientais que existiam na Terra antes do aparecimento de vida, pelo que usaram escalas temporais de laboratório (pois seria impossível recriar os tempos reais) para recriar a actividade hidrotermal, a temperatura e pressão da Terra primitiva.

Os resultados mostraram, para a surpresa dos investigadores, que este meteorito libertou uma grande quantidade de iões amónio (NH4), um importante precursor das moléculas biológicas complexas, tais como os aminoácidos ou o DNA.

Para descartar a possibilidade de que o amónio provinha da contaminação no laboratório, analisaram a composição isotópica do nitrogénio e verificaram que tal não tinha acontecido, visto que é muito diferente da que existe na atmosfera actual. Desta forma, Pizzarello e a sua equipa lançaram no seu trabalho a ideia de que a chegada destes meteoritos podem ter acelerado ou desencadeado a evolução das moléculas que deram origem à vida.
Notícia de Ciência Hoje

Arqueólogos estudam condições de vida de primeiras populações do Alasca

2011-03-01

Uma pequena habitação, encontrada por arqueólogos norte-americanos no centro do Alasca, abrigava o esqueleto de uma criança de três anos e ferramentas feitas em pedra. A velha casa, com 11.500 anos, encontra-se no coração da floresta boreal de Tanana. A descoberta é remetida à equipa liderada por Ben Potter, da Universidade de Fairbanks e foi publicada na revista «Science».

O solo acabou por abrir uns centímetros e numa pequena fossa encontram-se os restos cremados da criança, sem qualquer indício de ferimentos nos ossos ou objectos ligados a esta espécie de funeral. O local ainda não foi completamente estudado e os arqueólogos ignoram outras descobertas que se possam estender pela área.
A equipa de Potter trabalha mantendo uma relação estreita com a tribo de Healy Lake e outros ameríndios locais. Esta foi a primeira vez que uma casa datando daquela época foi encontrada no Alasca. Outros locais idênticos foram avistados, mas no Sul do estado.

As ferramentas trazem preciosos avanços sobre as condições de vida das primeiras populações da América do Norte. Nessa época, o Alasca ainda era um importante espaço de intersecção entre os Estados Unidos e a Ásia.

Os migrantes vinham da Sibéria, há 13 mil anos, para atravessar a pé a ponte terrestre da Beríngia (entre o Alasca e a Sibéria, no Norte da Ásia). A quando da última época glaciar, o nível do mar era muito mais baixo do que o actual e os glaciares cobriam parte do Canadá.

Aquela área de Upper Sun River devia abrigar um homem, com a sua mulher e duas crianças, escreveram os investigadores no estudo. Acrescentam que poderia ser uma residência para o Verão apenas e que se alimentavam de peixe e aves. Após a cremação, o local foi tapado e abandonado, referem ainda no artigo.

Segundo o grupo de estudo, aquele tipo de ferramentas são muito semelhantes às do lago Ushki na Sibéria. Encontraram-se pontas talhadas em pedra, em forma de lâmina, inseridas em cabos de madeira ou osso.
Notícia de Ciência Hoje